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A insensibilidade de Yoigo com o filho de um falecido que tenta mudar a titularidade

A companhia de telecomunicações assegura em seu site que o processo pode se fazer através de um formulário e numa loja física, mas os utentes denunciam as dificuldades e inclusive dolorosas cobranças erróneas

consumidora yoigo
consumidora yoigo

MásOrange converteu-se num gigante das telecomunicações que conta com três marcas regionais e até nove marcas principais: Orange, Jazztel, MásMóvil, Simyo, Pepephone, Lebara, Lyca, Llamaya e Yoigo. Esta última nasceu em 2006, e, em general, é uma companhia bem valorizada pelos clientes, tal e como se indica no portal Roams.

"Até faz não muito, a sensação de satisfação dos clientes provia/provinha da grande vantagem que supunha que nenhuma de suas tarifas contasse com compromisso de permanência ", recordam desde este comparador. Não obstante, agora sim há permanência, e, de facto, a inflexibilidad ou escuridão de alguns contratos tem motivado que os clientes se tenham mostrado enormemente decepcionados com Yoigo por seu apatía e insensibilidad quando tratam de gerir a baixa ou a mudança de titularidade de um familiar falecido.

"Não me fizeram nenhum caso"

"Meu pai faleceu o 28 de maio de 2022. O contrato de Yoigo estava a seu nome, bem como seu telefone móvel, que evidentemente já não ia usar. Solicitei a mudança de titularidade a meu nome, enviei a documentação e chamei durante semanas, mas não me fizeram nenhum caso", conta P. Tébar a Consumidor Global. "Voltei a mandar a documentação a outro email, com o mesmo resultado", recorda.

Una persona presenta una reclamación online / FREEPIK
Uma pessoa utiliza seu computador / FREEPIK

"Eu também tinha em Yoigo meus outros móveis e a linha de minha casa em outra cidade. A solução foi, depois de falecer também minha mãe, em outubro, mudar todo a Digi e, uma vez mudado, solicitar as baixas apropriadas", relata este consumidor. Seu calvario não terminou aí: afirma que teve mais problemas faz aproximadamente um ano, quando teve que descadastrar outra linha de internet e a passar a um novo titular.

Cobranças pelo router

Não é difícil dar com depoimentos similares em redes sociais. "Já que por telefone é impossível, Yoigo, podeis-me explicar como é possível que, depois de uma portabilidade a outra companhia, se lhe faça um cargo ao anterior titular de 168,19 euros? O anterior titular, por verdadeiro, é meu pai, falecido em 2020. Não sê que tipo de broma macabra é esta", denunciou um internauta em X em fevereiro de 2023.

Um par de dias depois, este utente deveu receber contestação de Yoigo, porque deu mais informação: "Pois resulta que aos senhor@s de Yoigo lhes parece completamente normal lhe cobrar 168 euros a um falecido por não entregar um router. O falecido leva sem ser titular de Yoigo desde abril de 2022", acrescentou. Por incrível que pareça, este meio já tem comprovado a perseguição que algumas telecos podem empreender para recuperar um router, às vezes na linha da legalidade.

Sede de MásMóvil, grupo al que pertenece Yoigo / EP
Sede de MásMóvil, grupo ao que pertence Yoigo / EP

"Não têm vergonha"

"Meu pai faleceu o 7 de junho do passado ano, tentei dar baixa de sua linha de Yoigo desde então. Até que se cancelou sua conta em fevereiro deste ano têm estado cobrando a linha, hoje me chamam para me passar a Yoigo, não têm vergonha pelo que vejo", protestava outra cliente em X em maio deste ano.

Mais enojado, outro utente clamava que a companhia lhe tinha cobrado "101 euros de multa por mudar o nome da linha de telefone. O motivo desta mudança é porque meu pai TEM FALECIDO. Dá-lhes igual o motivo, cobram-te a multa. Sinvergüenzas!".

Erros nas facturas

O adjectivo repete-se várias vezes. "Pareceis-me uns sinvergüenzas. Tenho tido problemas com o pagamento de uma factura porque puseste-la na conta de minha mãe que faleceu faz um par de meses, quando vos disse especificamente que não o fizésseis e agora me passais uma factura de 195,81 €", expôs outra cliente.

Un joven revisa unas facturas / FREEPIK - bearfotos
Um jovem revisa umas facturas / FREEPIK - bearfotos

"Minha avó faleceu no mês de novembro. Avisámos-vos por telefone e até com um burofax, e a dia de hoje seguem passando facturas. Como para recomendar a alguém. Desejando que me ponham a minha avó de morosa para que vejais a denúncia que vos ides levar", alertava uma quarta, seis meses após a referida morte.

Como fazer a mudança de um titular falecido

É evidente que as companhias deveriam facilitar os trâmites e mostrar humanidade quando o familiar de um utente falece, mas é possível que, em ocasiões, sejam os próprios clientes quem não levam a cabo as gestões requeridas. Neste sentido, na página site de Yoigo especifica-se que, em caso de fallecimiento do actual titular, os canais para realizar a mudança são duas: numa loja física ou através de um formulário.

Diz-se, assim mesmo, que a mudança de titular não é imediato: o prazo de execução é de 7 dias laborables e se programa para o seguinte mês natural. Por exemplo, se solicitasse-se o 29 de abril, fá-se-ia efectivo o 1 de junho.

Documentos necessários

É obrigatório contribuir uma série de documentos: RG (ou NIE ou passaporte) do antigo titular e do novo e um recebo emitido nos últimos 3 meses de um pagamento domiciliado na conta que se indicou para o pagamento, para comprovar que a conta está a seu nome e é correcta.

Dos personas reúnen documentación / PEXELS
Duas pessoas reúnem documentação / PEXELS

"Em caso de mudança de titular por morte, deve remeter adicionalmente o certificado de morte", acrescentam. Não há mais especificações.

Que passa com a permanência

Por sua vez, a União de Consumidores e Utentes (OCU) ónus duramente contra práticas deste tipo e assinala em seu site que "as companhias telefónicas pretendem que sua lei valha também no outro mundo. Quando o cliente morre, pedem a seus familiares que paguem uma penalização por romper a permanência. A lei não lhes respalda, mas eles o tentam a ver se cuela".

"As dívidas herdam-se, as permanências não. Além de indecente, esta prática não tem respaldo legal. Se falece o titular do contrato dá-se uma impossibilidade objectiva de cumprí-lo. O contrato cancela-se e ambas partes ficam libertadas. O operador não tem que seguir prestando serviço. E o falecido não tem que manter a linha", expõem.

Dívidas

"Caso diferente é o das dívidas contraídas com a companhia pelo utente, já que estas sim que seriam aceites através da herança, o que não ocorre nem com a permanência nem com a penalização", advertem desde EspacioAsesoria.

Este meio tem contactado com Yoigo para perguntar a que acham que puderam se dever estes desatinos. Desde a companhia recalcan que têm "dois procedimentos tanto em atenção ao cliente como em loja para descadastrar este tipo de casuística com um nível de detalhe muito claro para proceder à baixa". Ademais, recalcan seus sinceras desculpas aos afectados.

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