A recente iniciativa do Governo espanhol para controlar o acesso dos menores a conteúdo pornográfico mediante um aplicativo tem tido um forte 'gatillazo'. A Carteira Digital, desenhada para verificar a idade dos utentes e restringir o acesso a lugares site para adultos, enfrenta-se à realidade de que as 10 sites porno mais visitadas em Espanha não estão sujeitas a sua jurisdição por estar alojadas no estrangeiro.
O ranking destas páginas, segundo dados de maio, mostra que lugares como Pornhub e Xvideos, com milhões de visitas mensais, operam desde países como Luxemburgo e a República Checa, respectivamente. Isto propõe um desafio significativo para a efectividade do aplicativo, já que não poderá impor restrições a estes lugares populares.
As 10 sites porno mais visitadas
O ránking das páginas que mais cliques acumulam, exposto por Xataka , é o seguinte:
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Pornhub.com (Luxemburgo)
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xvideos.com (República Checa)
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xnxx.com (República Checa)
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xhamster.com (Chipre)
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xvideos.es (República Checa)
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hentalia.com (México)
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onlyfans.com (Reino Unido)
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amateur.tv (Estados Unidos)
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toroporno.com (Países Baixos)
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vercomicsporno.com (México)
Verificar a maioria de idade
O ministro José Luis Escrivá apresentou a Carteira Digital Beta, um sistema que permite verificar a maioria de idade sem compartilhar informação pessoal com as plataformas. Apesar das medidas de segurança, como um sistema de dupla chave, o aplicativo tem suscitado preocupações sobre a privacidade e a segurança dos dados.
Experientes e críticos têm assinalado que o projecto eIDAS2 da União Européia, que procura criar uma identidade digital única, poderia não oferecer as salvaguardas tecnológicas adequadas, aumentando o risco de interceptación de dados sensíveis. Ademais, existe o temor de que o rastreamento da informação pessoal se amplie para além do objectivo inicial de proteger aos menores.
O debate gerado
O aplicativo, ainda que pronta, não implementar-se-á até 2024, e seu uso prático está limitado à vigilância da actividade dos menores. No entanto, a União Européia não obrigará aos sites a empregar a tecnologia eIDAS2 até 2027, deixando tempo para avaliar sua eficácia.
O debate sobre a regulação versus o intervencionismo está em auge, com opiniões divididas sobre a necessidade de um Estado que ofereça maiores garantias ou a preferência por uma regulação menos intrusiva. Enquanto alguns advogados especializados em direito digital defendem a iniciativa como uma adaptação necessária ao regulamento europeu, outros questionam sua viabilidade e abogan por um maior controle parental e soluções alternativas.