Existem vário mitos sobre tecnologia e internet que circulam pelas redes. Nem sempre são conspirações de todo absurdas, já que alguns têm a ver simplesmente com o desejo de simplificar ou com a falta de conhecimento técnico, mas alguns deles podem resultar prejudiciais para os utilizadores. Agora, os peritos da Kaspersky, uma empresa internacional líder no setor da cibersegurança privada, revelou alguns destes mitos.
A primeira destas crenças erróneas é que os telemóveis rastream os movimentos dos seus proprietários. Tal como explica Kaspersky, o que ocorre na maioria das vezes é que esse rastreamento é voluntário: "os utilizadores costumam dar inumeráveis permissões às aplicações, o que lhes permite proporcionar dados aos seus criadores, pelo menos para fins de marketing, mas possivelmente também para vigilância real (mas improvável)”, explicam.
Em que consiste o rastreamento do teu telefone
Para evitar que as grandes companhias tecnológicas exerçam uma vigilância excessiva, o ideal é dedicar um momento (um bom momento) a rever as permissões das diferentes apps. Por exemplo, uma boa ideia é renegar a permissão à localização no Google e eliminar o historial de localizações.
No entanto, a empresa de cibersegurança reconhece a existência de spyware, programas desagradáveis que se fazem passar por aplicações legítimas mas que são utilizados para gravar chamadas, ler mensagens e seguir os seus movimentos. “Tudo o que precisa de fazer é instalar uma proteção fiável”, recomendam.
Cuidado com as redes Wi-Fi
Outra ideia que muitas pessoas têm e que não é inteiramente verdadeira é que as redes wifi são seguras. Uma vez que o acesso à Internet sem fios é parte integrante da vida quotidiana, muitos utilizadores da Internet assumem que as redes são seguras por defeito. A facilidade de ligação e a ubiquidade destas redes contribuem para esta perceção.
Mas isso está longe de ser verdade: em julho, nas vésperas dos Jogos Olímpicos de Paris, a Kaspersky analisou a segurança de cerca de 25.000 pontos de acesso Wi-Fi únicos na capital francesa e descobriu que um quarto deles era completamente inseguro, muitos deles protegidos por protocolos de segurança desactualizados. “Por isso, evite ligar-se a uma rede Wi-Fi pública, a menos que seja absolutamente necessário”, recomendam.
Como se proteger
A facilidade de acesso a estas redes é também algo de que se aproveitam os burlões informáticos. Por isso, a regra de ouro quando se liga a uma rede pública é evitar, a todo o custo, fazer pagamentos online, quer se trate de uma simples compra na Zara ou na Amazon ou de um bilhete de comboio no site da Renfe.
Desta forma, é recomendável não facilitar demasiada informação pessoal, como o número de telefone. Com frequência, com o email deveria bastar.
Os riscos do modo anónimo
Tal como muitas pessoas acreditam que as redes Wi-Fi públicas são seguras, também há quem acredite que a utilização do modo de navegação anónima é uma espécie de passaporte para a imunidade e que navegar no modo de navegação anónima não deixará quaisquer vestígios no seu dispositivo.
"Mas não oculta o teu endereço IP, pelo que alguém poderia averiguar a tua localização se o deseja. Também é possível expor a tua identidade se inicaste sessão num lugar", alerta da Kaspersky.