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Clientes de Vodafone seguem sem conexão depois da DANA: "Outras companhias já o solucionaram"
A operadora telefónica, pese a que tem oferecido ajudas e compesaciones, ainda não tem restabelecido seus serviços nos pontos mais afectados pela gota fria
Marcos Boza, de 21 anos, encontrava-se na oficina trabalhando quando começou a soar uma cacofonía de sirenas e um vizinho chegou correndo para avisar que o barranco do Poyo se tinha desbordado e o água estava a chegar às ruas de Paiporta. "Por sorte, trabalho ao lado de casa e saí de imediato para lá dantes de que tudo se convertesse num enorme rio", conta o jovem a Consumidor Global. "Uma vez no balcón, chegou-me a alerta no móvel e, de uma hora para outra, foi-se a luz e a cobertura. Aguentamos com a bateria que tínhamos, totalmente desligados", recorda.
A manhã do 30 de outubro, depois das águas torrenciais que afectaram ao povo valenciano e a várias localidades espanholas, a situação era crítica e a falta de comunicação persistia. "Já não tinha água, e ainda que todo estava arrasado, ao menos se podia sair à rua. Baixei para ajudar e, ao percorrer o bairro, encontrei a pessoas que tinham cobertura e acesso a wifi, enquanto minha família e eu seguíamos incomunicados", relata Boza, cliente de Vodafone. Têm passado duas semanas desde então, e o serviço de internet ainda não tem sido restabelecido por completo.
Várias zonas afectadas seguem incomunicadas
Os clientes de Vodafone, como Boza, vivem a mesma frustración em populações de toda a comarca, incluindo Paiporta, Catarroja e Alginet, onde os serviços de internet e móveis seguem falhando desde o 29 de outubro. "O pior de tudo é que as outras companhias telefónicas já tinham restabelecido o serviço, enquanto nós não podíamos fazer nada. Não sabíamos que estava a passar fora", lamenta.
"Recebemos uma mensagem de Vodafone dizendo que se tinham activado dados ilimitados para os afectados, mas de que serve se não tens cobertura? Se não tens acesso a internet, os dados ilimitados são inúteis", diz o danificado. Em seu bairro, a cobertura só melhorou com o passo dos dias em alguns pontos, mas ainda era instável. "Tinhas que sair de tua casa e caminhar até a rotonda para encontrar algo de sinal", evoca.
Vodafone lança ajudas "insuficientes" para alguns
Vodafone activou os dados ilimitados no móvel –e Lowi até 250 gigabytes— para os clientes nas localidades afectadas, com o propósito de facilitar as comunicações. Também, a companhia lançou o programa Instant Network, um serviço de comunicações wifi via satélite que proporciona conectividade wifi num rádio de 400 metros à população, serviços de emergência e autoridades nas localidades onde se requereu pelas administrações locais e onde tem sido possível despregar o serviço.
"Em nosso caso, seguem passando nos dias, e ainda não temos cobertura", conta Boza. "Por sorte, tenho uma prima, cliente de outra companhia telefónica, que vive justo a duas ruas e que lhe vai o wifi, de modo que podemos falar com familiares, receber mensagens e notificações, e nos inteirar de pontos de recolhida, de ajudas, de avisos, etcétera.", assinala. Cabe destacar que a companhia tem oferecido compensações pelos dias sem serviço, como a exoneração de tarifas nas zonas afectadas.
A importância da conexão em momentos críticos
O passado 6 de novembro, o jovem recebeu uma mensagem por parte de Vodafone no que se lhe avisava de que a anomalía já estava já estava solucionada. "Mas isso não foi assim, porque reiniciei o router e o cartão SIM e me dei conta de que não tinha mudado nada", comenta Boza que acrescenta que passados nos dias começou a poder realizar telefonemas telefónicos, ainda que o WhatsApp e outros aplicativos que requerem de internet continuam falhando actualmente.
"Que Vodafone tarde tanto em solucionar algo assim de necessário como é o internet e que as outras companhias já o solucionaram, te deixa um pouco decepcionado. O que precisas nestes momentos é poder te informar e poder falar com tua família", enfatiza o jovem.
"Assim que posso mudo-me de companhia"
A desconexão também teve consequências para as famílias que dependiam de internet para trabalhar ou estudar. Esse foi o caso de Miguel Ángel Méndez, quem vive em Valencia. "Desde o 29 de outubro, minha filha não tem podido dar classes on-line, enquanto outras companhias sim que dão serviço", explica o afectado, quem não só se enfrenta à falta de comunicação com seus seres queridos, sina também à impossibilidade de continuar com as actividades quotidianas. "É uma vergonha. Assim que possa, mudo-me de companhia. Um zero pára Vodafone", conclui.
Carles V., residente em Paiporta, viveu a mesma situação de desconexão. "Levamos 15 dias sem wifi e com uma cobertura péssima", comenta. Ao igual que outros afectados, Carles tratou de contactar com o serviço de atenção ao cliente de Vodafone, mas as respostas foram inadequadas e tardias. "Disseram-nos que iam solucionar todo rapidamente, mas nada disso ocorreu. A cobertura seguia falhando e não podíamos fazer nem um telefonema sem que se cortasse", destaca.
Para clientes, Vodafone não tem estado à altura
Em Catarroja, Jesús Ceacero leva 15 dias sem conexão. "Se sois de Vodafone fujam, e se pensais sê-lo procurem outra opção. No momento mais difícil não têm estado à altura das demais", aconselha. Por sua vez, Masi Carrión assinala que ainda segue sem wifi e sem televisão. "Em Alginet já tinha bairros com internet e com cobertura, mas em minha rua, nada. Não podíamos fazer nada", diz.
"Aqui em Albal o mesmo, 15 dias sem wifi, mas é que o dos dados é de riso. Não nos inteiramos nem dos avisos da prefeitura", acrescenta Noemí Grau.
A resposta de Vodafone
Consumidor Global pôs-se em contacto com Vodafone para conhecer sua postura oficial e tem chamado a atenção sua primeira frase: "Entendo que o resto de operadores está numa situação similar…". Depois tem prosseguido indicando que a companhia "tem restabelecido até hoje o serviço para o 97% das linhas móveis e o 91% das linhas fixas nas zonas afectadas".
"Não obstante, e até que a recuperação das linhas fixas esteja próxima ao 100%, há zonas onde a experiência do serviço móvel se vê reduzida pelo congestionamento da rede. Isto poderia dificultar a navegação por internet com normalidade", reconhecem.
O serviço vê-se dificultado pela própria deterioração da zona
"As equipas técnicas de Vodafone Espanha, com mais de 250 pessoas dedicadas aos labores de restauração in situ, continuam avançando, mas o processo de recuperação do serviço vê-se dificultado pela própria deterioração das infra-estruturas e pela impossibilidade de aceder fisicamente a muitas zonas nas que estão localizados os centros ou estações de comunicações", assinalam de desde a companhia.
"Ademais, Vodafone tem despregado várias unidades móveis -em camiões- ali onde era mais necessário", finalizam.
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