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Brushing: recebeste um pacote da Amazon ou da Temu que não pediste? Cuidado, é uma fraude!
Os cibercriminosos obtêm as informações pessoais da vítima, enviam produtos baratos e depois escrevem comentários.
Receber um pacote longamente esperado sempre é satisfatório, mas receber um que não se pediu pode provocar mais inquietude que surpresa. E não é para menos. Tal como explica El Confidencial, cada vez é mais frequente que os consumidores dos Estados Unidos encontrarem nas suas caixas de correio pacotes não encomendados da Amazon, Temu ou outras plataformas.
A maioria de vezes, segundo o citado meio (que faz eco da informação publicada por jornais norte-americanos), os consumidores aplicam a máxima de 'a cavalo dado não se olhes o dente' e decidem guardar estes misteriosos pacotes, mas fazê-lo é um erro. E não porque contenham explosivos ou material sensível (ao estilo Unabomber), mas sim porque os pacotes estão por detrás de uma fraude conhecida como brushing, vinculada ao lucrativo negócio das avaliações.
Pacotes 'oferecidos' e usurpação de identidade
O autor deste tipo de fraude é normalmente um vendedor sem escrúpulos que comercializa os seus produtos numa plataforma e quer que o seu perfil apareça verificado, pois isso dar-lhe-á mais visibilidade e estatuto.
Decide então fazer-se passar por outra pessoa. Para isso, obtém o endereço e o nome da pessoa (na deep web ou em ficheiros ilegais onde circulam dados pessoais que foram divulgados) e decide enviar-lhe uma encomenda para casa, criando depois um perfil na Amazon ou similar e escrevendo uma crítica elogiando o artigo. Por outras palavras, fazem-se passar por ele para aumentar a classificação da sua própria marca.
Artigos baratos
"Normalmente, os fraudadores enviam artigos baratos, como jóias falsas, produtos electrónicos económicos ou sementes de flores. Por isso, se recebes um pacote que não encomendaste e ao o abrir encontras um anel ou um colar falso, é muito provável que tenhas sido objectivo de fraudadores. Quantos mais artigos enviam e mais críticas positivas fabricam, mais visível torna-se a sua conta", explica NordVPN.
Além disso, o utilizador que recebe este presente envenenado pode chegar a uma conclusão muito lógica: se algo foi enviado para a sua casa, então o seu endereço foi divulgado. "Existe a possibilidade de terem obtido informações pessoais mais sensíveis sobre o utilizador e de as estarem a utilizar para roubo de identidade", avisa a NordVPN. Além disso, a Amazon (ou outra plataforma de comércio eletrónico) pode suspender a conta real do utilizador quando verificar que este tem outra conta.
A importância das avaliações
Para os vendedores, as avaliações são valiosísimas, já que os consumidores guiam-se por elas e confiam no que acham que são opiniões sinceras. A Amazon sabe que algumas pessoas fazem batota nas avaliações e é por isso que está a tentar combater as avaliações falsas. Por exemplo, no passado mês de março, a Amazon comunicou que tinha alcançado "uma nova e importante vitória": depois de tomar medidas legais, conseguiu pôr fim a um esquema fraudulento que encorajava a publicação de críticas falsas de 5 estrelas na loja www.amazon.es.
"A Amazon interpôs uma ação judicial contra os administradores de um grupo que promovia críticas falsas a partir de Espanha, utilizando a aplicação de mensagens encriptadas Telegram para executar essas acções fraudulentas. O grupo em questão operava sob o nome 'Free Products'", disse a empresa liderada por Bezos. "Só no ano passado, a Amazon tomou medidas legais contra 12 infractores em Espanha, o que levou ao encerramento de sete sites de críticas falsas que visavam especificamente os clientes espanhóis", acrescentou a empresa.
Relógios inteligentes
Às vezes, a fraude vai para além e a vítima recebe um relógio inteligente barato… que está infectado. Se liga-se ao telemóvel do utilizador, os fraudadores poderiam pescar os seus dados pessoais ou inclusive aceder à sua informação financeira.
Por isso, o mais recomendável é não recolher estes pacotes suspeitos. E, se a situação persiste, conviria denunciar à Polícia Nacional e contactar com a empresa.
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