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Air Europa nega o reembolso a um passageiro com um relatório médico que lhe impede voar

A aerolínea espanhola, pese a que "lamenta as circunstâncias particulares", assinala que a documentação facilitada pelo viajante não se ajusta às "condições"

air europa saul herrero
air europa saul herrero

O passado 7 de junho de 2024, Álvaro F. sofreu uma lesão traumática no joelho, que lhe impede manter a perna dobrada e lhe obriga a estar em repouso relativo. Esta condição fez inviable o voo que tinha programado o 14 de junho desde Madri com destino a Málaga. Desta maneira, no dia dantes da viagem –com a esperança de obter um reembolso– Álvaro explicou a Air Europa as circunstâncias, esperando que se considerasse sua situação.

Durante os telefonemas telefónicos, a aerolínea comunicou-lhe que com o relatório médico seria suficiente para justificar a incapacidade para viajar. No entanto, uma vez enviado o relatório, Air Europa respondeu com uma lista de certificados específicos que não se lhe tinham mencionado anteriormente, incluindo certificados de rendimento hospitalario, tratamento oncológico, gravidez de risco, ou de morte. "Duvido que deva ter cancro aparte da lesão actual para que Air Europa veja justificable não voar", aponta Álvaro.

Não se ajusta às "condições"

Não obstante, pese às reiteradas mensagens de Álvaro, a resposta da aerolínea foi contundente. Segundo Air Europa, as mudanças ou cancelamentos regem-se baixo as condições da tarifa contratada e só dispõem de um procedimento de cortesía em caso de hospitalização nos dois ou três dias dantes do voo. Em consequência, recusaram o relatório apresentado pelo passageiro, alegando que não se ajustava às condições estabelecidas para tais reembolsos ou mudanças.

Captura del informe médico de Álvaro F. CEDIDA
Captura do relatório médico de Álvaro F. / CEDIDA

"Lamentamos as circunstâncias particulares que impedem a utilização de seu bilhete na data reservada. Informamos-lhe que a documentação facilitada não se ajusta a estas condições", destacaram desde Air Europa ao passageiro, que considera que "o repouso relativo e elevar o membro deixa bastante claro a incompatibilidade com estar uma hora voando e com o resto de logística que isso implica".

Um reembolso de menos de três euros

As negativas constantes e automáticas de Air Europa impulsionaram a Álvaro a fazer pública a situação nas redes sociais, onde a companhia voltou a se pôr em contacto com o agraviado para conservar a reputação da empresa. "Por que não me aceitam um relatório médico no que se me impede viajar? Quando Air Europa mo pediu, a saber se dentro da Lei de Protecção de Dados", publicava através de sua conta pessoal de X (antigo Twitter).

No entanto, a pessoa que o atendeu se limitou a oferecer um reembolso das taxas de aeroporto , ouna cifra irrisoria de 2,67 euros por passageiro, em comparação com os 70 euros pagos pela cada bilhete. Esta proposta não fez outra coisa que elevar a frustración de Álvaro.

Pagar por outro voo

Apesar das tentativas do passageiro afectado por encontrar uma solução justa, a aerolínea tem mantido sua postura, deixando a Álvaro com poucas opções. "Ofereciam-me uma prorrogação para voltar a apanhar esse outro voo de Madri a Málaga num prazo de 45 dias, mas teria que pagar a diferença de custos, e se o voo é mais barato, não devolver-se-me-ia a diferença", explicou.

"Compra-a de um bilhete de avião não está condicionada a que possamos o usar. Igual que outros muitos serviços que possamos nos encontrar, se paga pela prestação do mesmo, não por sua utilidade", comenta o advogado Jesús P. López Pelaz, director do bufete Advogado Amigo.

Tem direito a um reembolso?

Tal e como explica López a Consumidor Global, o Regulamento da União Européia nº 261/2004 prevee indemnizações quando se produzem incidências que são imputables à companhia (atrasos, cancelamentos, overbooking) mas não por factos ou circunstâncias que sejam imputables ao viajante, inclusive quando não sejam intencionales.

Un cartel de Air Europa / Javier Lizón - EFE
Um cartaz de Air Europa / Javier Lizón - EFE

"Assim, não cabe indemnização alguma por não poder viajar por doença, ou perda do voo, ou mudança nos planos de trabalho", assinala o advogado. "Quando não queremos assumir o risco desta reserva, podemos ir à contratação de seguros adicionais ao bilhete que reembolsar-nos-ão se o não uso se produz por algum dos motivos enunciados em seu póliza", conclui.

Air Europa óbvia que deve manter a perna elevada

"Depois de revisar o caso, vemos que ao passageiro se lhe explicou que não procedia aplicar as condições especiais de causas médicas já que o relatório que anexava só indicava que devia fazer repouso relativo", apontam desde Air Europa. "Estas condições aplicam-se quando o passageiro se encontra hospitalizado ou num tratamento que lhe impeça viajar. É por isso, que devido que o voo é passado, só se lhe pode oferecer as taxas de aeroporto", expressam.

Consumidor Global insiste à aerolínea que óbvia uma parte importante do relatório médico: "Manter o membro elevado". A incapacidade de permanecer mais de uma hora com a perna dobrada é justo o que lhe impede a Álvaro apanhar esse voo. Não obstante, a este último aponte, Air Europa tem preferido não realizar nenhum comentário ao respeito.

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