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Vodafone cobra o roaming previamente cancelado: "700 euros por conexões que não fiz"

A empresa suspendeu inicialmente o serviço que permitia a utilização do aparelho no estrangeiro a pedido do cliente que, no entanto, continuou a receber faturas.

Um cartão Vodafone / Matt Alexander - EFE
Um cartão Vodafone / Matt Alexander - EFE

"No ano passado estive a viver entre Bali, Tailândia e Vietname durante cinco meses. Durante todo esse tempo desativei todo o roaming, mas como consumidor tens direito a receber telefonemas e SMS", começa o relato de Gabriel Rofíguez, cliente da Vodafone e cofundador da Sin Comissiones. "Sei que, se o aceitarmos, temos de o pagar, mas não nos podem cobrar a taxa de estabelecimento da chamada", afirma.

Rodríguez conta à Consumidor Global que cancelou todo o tipo de possibilidade de conexão a qualquer rede. "Mesmo assim, primeiro chegou-me uma fatura de mais de 100 euros", comenta. "Revi a fatura e, efectivamente, estão a cobrar-se serviços de roaming de conexões de kilobytes, que não chegam nem a atingir uma mensagem de WhatsApp. Conexões ridículas que eu não fiz!", exclama o cliente.

A dívida

Depois disso, Rodríguez não duvidou em pôr-se em contacto com a Vodafone para pedir "de uma vez" que lhe cancelassem todo o tipo de roaming. "Nessa altura, disseram-me que iam cancelar, mas os incompetentes não o fizeram e voltaram a cobrar-me mais um mês. No final, a dívida é de 500 euros", desespera o afetado.

A comunicação com a companhia telefónica foi repetida em várias ocasiões com o objetivo de resolver o problema. A Vodafone confirmou que o cliente tinha razão e que iria apresentar uma solução. "Spoiler: não resolvem o problema. Dizem-me que a reclamação não foi bem sucedida, que não tenho razão e que lhes devo os 500 euros", conta Rodríguez, ainda alucinado.

O Serviço de Atendimento ao Cliente das Telecomunicações

O cofundador da Sin Comissiones levou tudo isto ao conhecimento do Serviço de Atendimento ao Cliente das Telecomunicações, o departamento do Governo de Espanha para denunciar este tipo de abusos. "É um gabinete maravilhoso, mas pouca gente o conhece. Perante uma situação como a minha, a maior parte das pessoas limita-se a pagar esses 500 euros por ligações que, repito, não foram efectuadas", afirma.

La reclamación de Gabriel Rodríguez a Vodafone / IMAGEN CEDIDA
A reclamação de Gabriel Rodríguez à Vodafone / IMAGEM CEDIDA

"O que são dois kilobytes? Foi a primeira coisa que perguntei no escritório. Serão ligações que o meu telemóvel ou a vossa rede está a fazer de uma forma totalmente involuntária. São ligações absurdas de um kilobyte, o que não é absolutamente nada", diz o cliente. "Disseram-me que, quer se trate de um kilobyte ou de três gigabytes, têm de cobrar cerca de 12 euros por cada ligação", argumenta.

"Não pára aqui"

Esta história remonta a 2022. Uma história que tem, felizmente, um final feliz. "Consegui que me devolvessem os 500 e poucos euros reconhecendo que são uns ladrões. Mas a coisa não pára aqui", sublinha Rodríguez. "Em dezembro passado, viajei para a América Latina e, antes disso, fiz o mesmo procedimento para pedir à Vodafone que não queria roaming. Mas quando vi a fatura, voltou a acontecer exatamente a mesma coisa", conta a vítima pela segunda vez.

Logo de la sede de Vodafone en Madrid / EP
Logo da sede da Vodafone em Madrid / EP

"Venho mais uma vez informar que cancelei a minha subscrição deste serviço", explica o cliente que cancelou o serviço a 11 de dezembro, mas continuou a ser cobrado por ligações a 12 de dezembro, 15 de dezembro, 20 de dezembro e 25 de dezembro. "Muitas ligações que não aprovei, que não usufruí e que não quero", sublinha.

Vodafone assume outro erro

Depois do aviso, a Vodafone reconheceu o seu erro e afirmou que deveria ter cancelado o serviço pelo que devolverão os 150 euros cobrados. "Mas, pouco depois, ligou-me um dos seus empregados dizendo-me que a reclamação não tinha sido bem sucedida, que não fazia sentido, que eu tinha feito essas ligações e que tinha pedido o cancelamento das chamadas e não dos dados. Depois desligaram-me o telefone sem me poderem dar uma explicação", conta Rodríguez.

"Agora vou ter de lutar tudo de novo. Vou ter de apresentar uma queixa e vou ter de abrir novamente o processo no Gabinete de Atendimento ao Utente de Telecomunicações, que tenho a certeza que me vai devolver o dinheiro porque é uma burla", disse a vítima à Consumidor Global.

Este meio pôs-se em contacto com a Vodafone para conhecer a sua versão e a sua postura a respeito, mas até ao termo desta reportagem não obteve resposta.

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