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Viver em Madri e ter placas solares em Múrcia: assim funciona o autoconsumo em remoto

Esta inovadora alternativa permite aos consumidores que não podem instalar painéis fotovoltaicos em seus lares poupar em sua factura da luz até um 70%

Alberto Rosa

paneles

Em Espanha, o 65 % da população reside em andares, o que equivale a mais de 30 milhões de pessoas. Nestas moradias é difícil –por não dizer impossível– em muitas ocasiões instalar painéis solares ante a ausência de tejados óptimos para a instalação ou pela necessidade de chegar a acordos com os vizinhos. É aqui quando entra em jogo o autoconsumo fotovoltaico em remoto. Ou o que é o mesmo: contar com placas solares a centos de quilómetros de distância.

É o caso de Carlos Pérez com sua segunda residência na Manga, Múrcia. Desde maio, a electricidade que consome nessa casa lhe chega de um parque fotovoltaico em Fonte Álamo, a 50 quilómetros. "Queríamos instalar placas solares, mas não podíamos o fazer de forma individual, de modo que recorremos ao autoconsumo fotovoltaico em remoto", explica Pérez a Consumidor Global.

Facturas de zero euros

"Poupei-me a instalação e as obras. A empresa encarregou-se de tudo, a verdade que estou muito contente", resume este consumidor. Se for o caso, tem investido uns 6.000 euros por quatro placas que terá durante 30 anos e que lhe permitem poupar em sua factura. "Dantes pagava uns 70 euros. Agora pago zero euros, a factura mais cara que me chegou tem sido de 5 euros", explica.

Painéis solares num dos parques fotovoltaicos de Comunidade Solar em Múrcia / COMUNIDADE SOLAR

Comunidade Solar é a companhia que se encarregou de gerir seu plano de autoconsumo energético. A empresa conta com dois parques solares em Múrcia com mais de 3.000 painéis conectados também a uma central hidráulica no rio Pisuerga (Palencia), que gera energia também pela noite. No caso de Carlos Pérez, além das placas, também tem em propriedade quatro turbinas dessa central hidroeléctrica que gera energia de forma permanente.

Comprar participações de um parque solar e uma central hidroeléctrica

"A cada mix energético (um painel solar de 540W + uma turbina de 75W) tem um preço de 1.199 euros e em media um lar precisaria quatro unidades. O investimento se amortiza em ao redor de 6 anos", explica a Consumidor Global Eugenio García, engenheiro da energia e cofundador de Comunidade Solar.

Para García, os principais atractivos do autoconsumo em remoto são, além da poupança e a segurança do produto, "a capacidade de revolucionar o sistema e acercar às pessoas e às pequenas empresas o controle da geração de energia para poder ter uma sociedade desigual menor".

Como chega a energia a casa

Conquanto, o cofundador do projecto reconhece que, ao tratar de um modelo inovador, há muitas dúvidas e inquietudes entre os consumidores. "Há muitas perguntas que nos fazem dantes de se lançar ao provar, como por exemplo, como chega a energia a casa se as placas estão a centos de quilómetros".

Central hidráulica em Palencia / COMUNIDADE SOLAR

"Nós temos a comercializadora eléctrica, não como negócio, sina como uma ferramenta intermediária para levar a energia que o próprio comunero (clientes com placas em remoto) gera a seu ponto de fornecimento", detalha. A energia que geram os painéis se lhe fornece ao utente a um preço de zero euros, porque os painéis são seus. Assim, os consumidores se poupam um 70 % mensal na factura da luz. O 30 % restante corresponde-se às despesas reguladas pelo estado como portagens e distribuição.

Sem direito a ajudas ou subvenções

García recorda que el autoconsumo remoto é flexível. Isto significa que se pode transferir facilmente de uma moradia a outra, pelo que é a única opção existente de autoconsumo para quem vivem de aluguer.

Finalmente, cabe recordar que, segundo a actual regulação, não se pode optar a subvenção ou ajuda ao autoconsumo com este modelo já que as instalações devem estar a menos de 2 quilómetros do lar.