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Um experiente em ciberseguridad alerta: "Vender o íris tem o mesmo perigo que copiar o RG"
Esta nova moda, que já tem chegado aos shoppings de Barcelona, Madri e Valladolid, é impulsionada pela empresa Worldcoin
A moda de escanear o íris a mudança de criptomonedas, impulsionada pela empresa Worldcoin, tem gerado uma grande polémica e tem acordado os alarmes dos experientes em ciberseguridad. José Alejandro Casamitjana, engenheiro informático e especialista neste campo, adverte de que esta prática supõe um grave risco para a privacidade e a segurança das pessoas que participam nela.
"Vender o íris tem o mesmo perigo que copiar o RG", afirma Casamitjana . Segundo explica, o íris é um dado biométrico único e inalterable, que pode servir para identificar a uma pessoa de forma inequívoca. Ao ceder a uma empresa, perde-se o controle sobre seu uso e facilita-se a suplantación de identidade.
A finalidade de Worldcoin
A prática consiste em dar permissão à companhia para escanear o olho através de uma esfera plateada conhecida como 'the orb' e a mudança, receber uma soma de moedas digitais cujo valor poderia chegar a atingir os 200 euros. "Não sabemos que fazem com os dados, nem onde os alojam, nem se os vendem a terceiros", diz o engenheiro.
O experiente questiona a finalidade de Worldcoin, que diz promover "um passaporte mais humano para internet" e uma "identificação mundial 2.0". Segundo Casamitjana, trata-se de uma estratégia de marketing para captar utentes e criar um banco de dados biométricos de grande valor. De facto, a empresa operadora deste mercado, tem conseguido captar a mais de 400.000 utentes em Espanha.
Informação sobre os riscos
O engenheiro informático recomenda às pessoas que se proponham participar nesta iniciativa que se informem bem dos riscos e das condições que aceitam ao o fazer.
Casamitjana adverte que é uma decisão pessoal, mas há que ser conscientes de que se está a entregar uma parte da identidade a mudança de um dinheiro que pode não ter valor.
Em vários shoppings de Espanha
A Agência Espanhola de Protecção de Dados (AEPD) já tem iniciado uma investigação sobre Worldcoin, depois de receber quatro denúncias relacionadas com o tratamento de dados por parte desta empresa. Segundo expressa-se no regulamento 2016/679 do Parlamento Europeu relativo à protecção de dados (RGPD), "o uso de dados biométricos implica elevados riscos para os direitos dos interessados", e recomenda "usar meios menos intrusivos".
Worldcoin, fundada por Sam Altman, director da empresa de inteligência artificial OpenAI, tem instalado suas "orbs" em vários shoppings de Espanha (em Barcelona, Madri e Valladolid). A empresa tem assegurado que respeita a privacidade dos dados e que seu objectivo é criar uma "economia mundial que pertence a todos".
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