Telefónica tem transladado nesta segunda-feira em sua segunda reunião com os sindicatos que executará um expediente de regulação de emprego (ERE) para reduzir seu modelo em Espanha, o primeiro que leva a cabo numa década depois de ter optado anteriormente por planos de saídas voluntárias.
Os sindicatos ainda não têm sido informados do volume de modelo que ver-se-á afectada por esta medida, desenhada num princípio para que se possam acolher a ela até uns 5.000 trabalhadores.
Início do processo legal
Neste contexto, Telefónica tem informado aos sindicatos de que começará a desenvolver o processo legal para a implementação deste reducción de modelo, que passa por convocar aos comités intercentros de Telefónica de Espanha, Telefónica Soluções e Telefónica Móveis, bem como avisar ao Ministério de Trabalho, entre outras questões.
Fontes sindicais assinalam que a companhia tem justificado o "excedente funcional" de trabalhadores com arranjo à modificação dos serviços da empresa, à finalização do despliegue de fibra óptica até o lar (FTTH), ao fechamento do cobre e a outros elementos, como a automação de processos.
Ainda não se conhecem os detalhes
Nesse sentido, o processo de resolução do ERE tem um prazo de um mês desde a constituição das mesas de negociação com Telefónica de Espanha, Telefónica Móveis e Telefónica Soluções.
"Os detalhes e a negociação corresponderão às mesas que a cada um dos comités intercentros deverão constituir e acomodar-se-ão aos prazos legais marcados para isso", tem explicado UGT num comunicado.
Novo convênio colectivo
"UGT, ante isto, manifesta que qualquer plano de saídas estará unido à assinatura de um novo convênio de empresas vinculadas com uma duração mínima de três anos que blinde ao modelo e suas condições trabalhistas e económicas. Todo isso sem menoscabo de que as pessoas que possam estar afectadas pelo ERE mencionado disponham de garantias e condições similares aos planos de saídas anteriores", tem acrescentado.
Quanto às cifras do ERE, UGT tem aclarado que, "legalmente", esse dado só pode dar às mesas de negociação da cada um dos expedientes. "Hoje segunda-feira têm continuado as reuniões com os representantes dos trabalhadores para a negociação do III convênio de empresas vinculadas. Assim mesmo, informou-se por parte da empresa da intenção de realizar um despedimento colectivo em Telefónica de Espanha, Telefónica Móveis e Telefónica Soluções", tem indicado por sua vez a operadora.
As negociações retomam-se nesta semana
Quanto ao novo convênio colectivo de empresas vinculadas --o actual é uma prorrogação do anterior e expira o 31 de dezembro--, as negociações, nas que participam UGT, CCOO e Somados-Fetico, retomar-se-ão o próximo 30 de novembro.
"Para UGT é necessário que a empresa, dantes de acometer um novo ajuste de modelo, aposte pela internalización de serviços e o reskilling com o fim de lhe dar empleabilidad ao modelo", tem assinalado UGT.
As linhas vermelhas de UGT
Ademais, tem assinalado que concebe o debate e a confrontación de ideias como uma parte essencial da negociação colectiva, no entanto, e a falta de conhecer o detalhe das propostas realizadas pela empresa, adianta que as posturas de ambas partes "estão afastadas".
Assim mesmo, UGT tem marcado suas "linhas vermelhas", entre as que destaca a estrutura salarial, o regime de garantias ou a cláusula de revisão salarial que permite ao modelo manter o poder adquisitivo.
Incluir melhoras
Ademais, aposta por incluir melhoras como uma póliza de reembolso dental para todo o modelo, a ampliação de benefícios sociais, o incremento e a melhora do teletrebajo, a deslocalización, uma melhora e ampliação das permissões, jornadas de 35 horas semanais e potenciar os fundos sociais, entre outros aspectos.
Por outro lado, UGT tem solicitado a paralisação da reordenação proposta por Telefónica para seu serviço de atenção ao cliente --cuja peça central é o telefone 1004-- e também dos movimentos ocasionados pelo fechamento de 108 edifícios de "baixa ocupação".