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O subidón do preço do turrón de Suchard faz chorar aos consumidores: "Estamos loucos ou que"
A marca, que faz parte do grupo Mondelez, se viu afectada pelas tensões da corrente alimentar, e desde a patronal do doce alegam que não são culpados da inflação, senão vítimas
Suchard é, quiçá junto a Ferrero Rocher e Freixenet, uma das marcas de alimentação mais tradicionais do Natal e também uma das que mais factura durante este período de festas. Em novembro, a assinatura de turrones (que pertence ao grupo Mondelez International) lançou seu anúncio para Espanha, que se converteu num sucesso rotundo em redes sociais. Era um curto de animação que contava uma clássica mas emotiva história familiar, protagonizada por dois avôs orgulhosos de "o ter feito bem".
O spot foi muito aplaudido, mas muitos internautas também aproveitaram para afear a Suchard o encarecimiento de seus turrones. Assim, se sucederam comentários como "a lágrima me cai quando vejo o preço das tabletas", "todos chorando com o anúncio e eu com o preço" ou "não pode ser que um turrón de Suchard custe 3,99 euros".
"Voltámos-nos loucos"
"Mas vamos ver, como vai CUSTAR o puto turrón de Suchard 4 putos euros, nos voltámos loucos ou que", criticava um consumidor em X (antiga Twitter). "Muito bonita o Natal, mas o de que te soprem 5 euros por uma tableta de Suchard que caralho é", dizia outra, que o tinha encontrado ainda mais caro.
Também há quem tentaram lho tomar com humor ou com um ponto de ironía: "Se não comprásseis Suchard a 4 euros em outubro, não subiriam o preço a cada ano, gordos de mierda", criticava outro consumidor descontentamento. "Os mais jovens não sabê-lo-eis, mas teve uma época dantes da pandemia onde a gente comum podia comprar turrón de Suchard e azeite de oliva", caçoava outro internauta.
3,50 euros em media
"A 4 lereles a tableta de Suchard… faz dois anos andava entre 2,5 e 3 euros", recordava outro. O verdadeiro é que a tableta de turrón de chocolate estaladiça clássico qualidade suprema de 260 gramas (a mais típica) ronda os 3,50 euros na maioria dos supermercados, e no Corte Inglês atinge os 3,99. Em Mercadona também eram 3,99 euros, mas a dia de hoje está em oferta a 3,50 euros.
Não obstante, que se tenha encarecido nos últimos tempos não parece ter provocado que seu consumo tenha baixado. Em novembro de 2022, directores da empresa diziam ao Espanhol que essa campanha apontava ser "a mais alta em vendas da história da companhia". Este meio pôs-se em contacto com Mondelez, proprietário de Suchard, para perguntar as razões do encarecimiento e conhecer exactamente como tem evoluído o preço desde 2020, mas, ao termo desta reportagem, não tem obtido resposta.
"Vítimas" da inflação
Em mudança, desde a Associação Espanhola do Doce (Produlce), conquanto respondem a Consumidor Global que não podem falar do preço de uma marca concreta, dão algumas pinceladas. "O complicado meio no que nos encontramos, em todos os sentidos, gera tensões em qualquer actividade económica, e não pode ser de outro modo na indústria do doce. É evidente que nem o sector do doce nem o conjunto da corrente agroalimentar são os causantes da actual inflação, sina uma mais de suas vítimas", expõem.
"As companhias levam meses fazendo enormes esforços para manter os máximos níveis de qualidade e desenhando planos para reforçar sua competitividade, tentando reduzir ao máximo o impacto destas tensões no consumidor, a costa em boa parte de seus próprios resultados, mantendo o objectivo de continuar oferecendo produtos que cubram os gustos e necessidades de um consumidor a cada vez mais exigente e ao que, inevitavelmente, também está a afectar o convulso meio no que nos encontramos", acrescentam.
Evolução do preço
Apesar de ditos esforços, o comparador de preços supersupers reflete ascensões mais que notáveis: em 2020, o preço mais baixo da tableta de Suchard nos lineares foi de 2,75 euros, e atingiu-se no final de novembro. Em mudança, no final de novembro de 2023 marcava 4,19 euros em Carrefour. Isto é, que chegou a encarecerse um 52,4 %.
"É um momento finque pára todos, com grandes tensões em todos os âmbitos. Exemplo disso são as matérias primas, a energia, os materiais, inclusive o impacto dos custos regulamentares que, desgraçadamente, são especialmente gravosos em nosso país, apesar da difícil situação que empresas e famílias atravessamos. Supõe um grande esforço, mas todos devemos estar à altura para garantir o futuro de consumidores e economia", recalcan desde Produlce.
A guerra e o clima encarecen a almendra
O Relatório Anual 2022 da entidade refletia que a invasão de Ucrânia e as adversas condições meteorológicas para a produção de almendras tinham colocado à categoria Turrones e Mazapanes "em frente a um palco altamente incerto".
"Ante esta situação, os incrementos de facturação de um 4 % resultam uma boa notícia, ainda que vêm acompanhados de quedas dos volumes do 8,4 %", aponta o documento. Estes resultados vinham determinados por "um novo ano excepcional nas exportações do sector", ainda que o consumo interno mantinha-se praticamente estável em termos de facturação (+ 0,9 %) e caía um 9,7 % em termos de volume.
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