"Qualquer pessoa que está metida no mundo beauty das redes sociais conhece a Sara Revolta, a criadora do fenómeno Pelilargas", começa a narrar uma de suas seguidoras, Adriana Maillo. Para os que não estão vinculados a este mundo, a influencer de melena XL conseguiu converter seu conhecimento e paixão pelo cabelo longo num acontecimento viral nas redes sociais graças a suas tips. Sua conta de Instagram transformou-se numa espécie de templo de peregrinaje para os interessados no cuidado do cabelo, e seu curso Pelilargas para aprender rotinas de cuidado capilar foi todo um triunfo. Isto é o passado. No presente, Revolta leva 16 semanas desaparecida.
Seu desaparecimento nas redes sociais dá para falar, sobretudo, por um produto da Pelilargas que não chega nunca e que, ademais, não tem opção de cancelamento. "Além de dar estes conselhos para o cabelo, ela tem um curso e uns filtros de ducha. Quero admitir que realizei seu curso em 2020 e algumas de suas recomendações gostei de muitíssimo. Acho que é uma pessoa que sabe bastante sobre o cuidado capilar, de modo que não mo pensei e faz uns meses me pedi seu filtro de ducha desde o site de Pelilargas", continua seu relato Maillo. Aqui começa a odisea de um produto que segue à venda.
Não chega nunca
Maillo realizou compra-a deste filtro de ducha a princípios do passado mês de junho. "Estamos em outubro e o filtro não tem chegado", assume a jovem, quem escreveu várias mensagens à direcção de correio da página para perguntar por seu pedido. Na política de envios informam que "em períodos de férias, de ofertas e rebajas, os prazos de trâmite e entrega de pedidos tomarão entre 25 e 30 dias hábeis aproximadamente". Mas não passou só um mês. O desespero apoderou-se de Maillo e voltou a pôr-se em contacto com a marca.
"Respondem-me que se apresentou um erro com o material de recheado das trocas de seus filtros", relata Maillo. Chegou setembro e a cliente desistiu de dito artigo escrevendo um último correio para pedir o reembolso. "Aqui vem o pedaço de fraude monumental. Vê-se que quando compras este filtro de ducha nas políticas da empresa tu aceitas, evidentemente isto que ninguém lê, que não te vão fazer o reembolso. Aí tu tens caído na fraude e é completamente legal o que estão a fazer", estoira a jovem.
"Ou não existe ou não chega nunca"
Maillo explica que desde Pelilargas lhe informaram que era "impossível" proceder à cancelamento do pedido. "Basicamente, o filtro de ducha esse não existe ou não vai chegar nunca, e não só isso sina que também se vão combinar com teu dinheiro. Após ficar-me a quadros desse correio e já interiorizar que esse dinheiro não o ia rever, comecei a perguntar se seria a única pessoa à que lhe tinha passado isto", se questionou a cliente. Resposta: não.
"Meti-me em Trustpilot , o site de opiniões da gente, ee l 90% das pessoas queixavam-se da mesma situação, excetuando os comentários sobre o curso, que isso sim que tem boas valorações", destaca Maillo. "Por que comprei sem olhar dantes as reseñas? Porque é verdade que me encantava Revolta e seu curso gostei de muitíssimo", confessa a jovem com um tom de desilusión sobre este produto que se vende por 30 euros no site oficial.
Mais casos similares
A Cristina Serrano passou-lhe o mesmo quando comprou o filtro de ducha de Pelilargas. "Realizei o curso faz quase três anos e foi perfeito. O cabelo mudou-me muitíssimo e decidi adquirir este filtro", assinala esta cliente que pediu o produto em maio. "Estamos em outubro e não tenho recebido nem meu filtro nem reembolso nem solução, o único que elas me dizem é que chegará. Sim, em 2050 com sorte", ironiza Serrano. Ana Fonte, faz quatro meses, também comprou o filtro de ducha em questão. "Nunca tenho recebido o pedido. Tenho enviado vários correios. Na última mensagem enviada indiquei minha desistência do pedido. Não se pode cancelar o pedido e por esse motivo também não fazem nada pelo solucionar", realça.
Por sua vez, Amasse T. leva três meses esperando a que chegue o produto. "Não sê quantos correios tenho enviado já e sempre respondem a mesma mentira, que estão a tentar acelerar os tempos de entrega e que desculpe as moléstias. Tatiana Arbona fez o pedido em julho. "Ainda não tenho recebido nada. Não sê se chegará, se receberei meu dinheiro. Tenho contactado várias vezes e só dão longas", renuncia a utente.
É legal?
Yago González, experiente em negócio digital (CMO & Founder em Eu ponho o gelo) vendo as condições de devolução observa que a direcção para devolver o produto reside em Dubai, em Emiratos Árabes. Dita direcção não aparece nos textos legais de devolução e, a priori, está incompleta --é um edifício e não aparece número--. Ademais, dizem-te que podes a solicitar. "Faz-me pensar que estamos ante um negócio de dropshipping . Isto quer dizer que a empresa da influencer vende um produto que não tem em estoque , sina que conforme seus clientes o compram, a empresa lho encarrega ao provedor do produto, neste caso a empresa de Dubai, que é quem o envia, por isso há que o devolver ali.", explica González a este meio .
"O dropshipping pôs-se muito de moda faz uns anos porque em teoria só te encarregas da venda e toda a logística cai do lado do provedor. Em teoria, tem só o melhor do mundo do ecommerce e é totalmente legal, mas dá pé a coisas como esta, na que o provedor provavelmente se ficou sem estoque e ainda assim a empresa em Espanha segue o vendendo", enfatiza o experiente. Por outro lado, González faz finca-pé na política de Pelilargas sobra que não se pode devolver preços comprados com descontos. "Isto sim que não é legal", aponta.
A ilegalidad de Pelilargas
"Todas as compras on-line de produtos físicos têm direito de desistência mínima de 14 dias. Também não é legal dizer que é necessário que tenha alguma tara para o devolver. O direito de desistência não precisa motivos para a devolução", assinala González a Consumidor Global. "Aqui estão a misturar garantia com desistência, e são duas coisas diferentes. A devolução exclusiva em descontos para produtos em seu site também não é legal", sublinha.
Por último, o experiente anuncia que o utente tenha que pagar os portes da devolução a Dubai sim é legal, ainda que seja uma estratégia disuasoria para que não o façam. "Em definitiva, as condições de devolução são uma joyita e, quanto ao sistema geral, não acho que seja uma fraude, mas sim uma gestão deficiente, potenciada pelo modelo de negócio escolhido", conclui González sobre o produto de Sara Revolta que está defraudando a seus seguidores.
Consumidor Global tentou-se pôr em contacto com a empresa Pelilargas de Sara Revolta, no entanto, a marca não tem oferecido a dia de hoje nenhuma resposta ao respeito.