"Desde as 9.30 horas conectada, toda a manhã atirada olhando o turno, e agora entro e tudo está esgotado. Que forma de rir da gente. E todo para se fazer publicidade a costa de incomodar ao comprador". Ainda que parece uma queixa por uma longa espera para conseguir a entrada para um concerto do ou da cantora do momento, o verdadeiro é que se trata de uma utente que não tem podido comprar umas sapatilhas para seus filhos depois de esperar mais de uma hora na bicha virtual da página virtual de Sapatos Feroz.
A marca valenciana de calçado infantil converteu-se em referência para muitos pais e mães. Isto tem provocado que a companhia se veja inmersa num aluvión de pedidos por seus produtos que superam a oferta da que dispõem. Faz duas semanas venderam 25.000 sapatos de uma tacada num dia. Ante isso, Sapatos Feroz não duvidou em criar uma bicha de maneira on-line, sobretudo, para os dias de estréia de calçados novos, para fazer frente à alta demanda.
A bicha virtual
"Ao princípio púnhamos acertijos, ou abríamos o site a diferentes tempos de forma aleatória, e tudo é porque se nos colapsó o site numa estréia e nossas clientes ficaram sem poder comprar", comentam a Consumidor Global Lau García, cofundadora e zapatera da marca. Mais especificamente, a bicha virtual só se activa quando o acesso ao site supera um número concreto de pessoas. "Isto sucede nas estréias, e quando muito, nos dias posteriores aos mesmos. Conquanto é verdadeiro que nos dias posteriores a bicha não é tão longa, só há que esperar uns minutos. A precola virtual só se activa nas estréias", acrescentam.
A cifra de famílias esperando até nove horas para comprar tem chegado a atingir os 70.000. O passado 5 de setembro, no primeiro dia de venda da temporada deste outono, Sapatos Feroz chegou a vender 1.500 pares à hora, segundo seus dados, a uma média de 2,5 pares por comprador. A última hora daquele dia, a marca não teve mais remédio que fechar o site dado o colapso de petições de sapatos, ante o que desde a empresa chamam "com cariño, o tsunami ou a maré feroz".
Sapatos infantis a mais de 50 euros
Estes calçados para meninos e meninas, no entanto, não são baratos, já que os preços oscilam entre os 40 e os 55 euros o par. "À hora de comprar uns sapatos, as pessoas guiam-se mais pela moda e o nome da marca que pelo verdadeiramente importante, e é que ditos sapatos sejam os mais adequados para os pés, sobretudo, num menino, já que qualquer coisa pode os danificar", realça Josep Maria Güell, responsável por Stil&Peu uma empresa especializada na venda de calçado específico para pessoas com pés delicados.
"O cuidado dos pés é um tema de saúde. A moda vai e vem, é algo passageiro. No entanto, lvos pés duram toda a vida, pelo que há que lhes prestar mais atenção", destaca Güell. Ademais, o experiente em sapatos não recomenda "em absoluto" comprar de maneira on-line. "Com saber a talha não basta, tens que comprovar que se adapte bem à ponte do pé, que se ajuste de maneira adequada aos dedos, etc. Uma infinidad de coisas que se não tos provas não o podes saber", argumenta.
A partir de janeiro a bicha não será necessária
Haizea Iraola conhece perfeitamente marca-a Sapatos Feroz, mas renega de comprar a sua filha Nahia, que acaba de cumprir três anos, os produtos que oferece a companhia. Não por seu preço, não por seu estilo, sina porque sempre que quer conseguir um par, se encontram que estão esgotados. Nunca tem chegado a tempo, e, assegura que já tem desistido na tentativa. "A bicha virtual é descomunal. Seguramente, quando me chegue o turno, quiçá a minha filha já lhe cresceu o pé. Com os meninos, compra-las têm de ser imediatas pois crescem muito rápido", assinala Iraola.
Desde a marca, asseguram a este meio que, a partir do próximo mês de janeiro, a bicha para se fazer com um destes sapatos já não será necessária. "A próxima temporada teremos outra plataforma site e outro tipo de sistemas que agilizarão as entregas. Tinha gente que gosta da bicha, outras que a odeia, mas a dia de hoje é uma necessidade para atender à maré feroz, já que são capazes de tumbar qualquer sistema", conclui a CEO de Sapatos Feroz, Lau García.