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Renfe quer conquistar o França: Madri-Marselha a 29 euros e Barcelona-Lyon a 19

O presidente da empresa pública, Raül Blanco, acha que a convivência do comboio com o avião pode-se fazer sem chegar ao conflito

Alberto Rosa

Un tren AVE de Renfe en una estación ferroviaria

Renfe lançou-se à conquista do França e proximamente estreará seus serviços no país vizinho com preços que partirão desde os 29 euros na linha de Madri a Marselha e desde os 19 euros na que unirá Barcelona com Lyon, rebajando até os 9 euros os trajectos que unirão as cidades francesas.

O presidente da empresa pública, Raül Blanco, tem anunciado numas jornadas de Cinco Dias as linhas principais da política de preços que implantará com sua chegada a França, país no que, com estes preços, quer converter num operador de referência, em concorrência directa com a empresa nacional SNCF, que em Espanha já opera através de Ouigo .

Objectivo Paris

"Com esta política decidida, determinada, primeiramente neste caso no França, temos um objectivo claro que é chegar a Paris, mas também com a intenção de aproveitar todas as oportunidades que esta mudança brinda", tem manifestado Blanco.

Um comboio AVE de Renfe / RENFE

O director tem avançado que a inauguração destas linhas será "em breve, em poucas semanas", já que só estão pendentes dos últimos detalhes técnicos: "vai demorar muito pouco", tem sentenciado ao respeito.

O repto da liberalização

Blanco tem apontado à liberalização como o principal repto actual para a companhia, e ao que responderá com acções para se reforçar tanto interna como externamente, mantendo os níveis de qualidade, pontualidade, de investimento (245 milhões nos últimos cinco anos), de capital humano (já atinge um modelo de 16.000 pessoas com uma idade média de 44 anos, cinco por embaixo de 2018) e de digitalização.

"Trata-se de uma liberalização em fase inicial muito competitiva, que está a ser boa para a economia e para os utentes, mas que para a empresa incumbente (Renfe) supõe um grande repto. O processo é curioso, porque estamos a competir com monopólios públicos de países vizinhos (SNCF e Trenitalia)", tem acrescentado.

Limitação aos voos

Por isso, também tem como objectivo ganhar quota de mercado a nível internacional, para o qual já tem constituído seu filial Renfe Projectos Internacionais para consolidar os projectos que já tem em marcha, como Leio Express no centro e este de Europa, em Arabia com o projecto Haramain (acumula já mais de 800.000 viajantes) e no França.

Viajantes subindo a um comboio de Ouigo / EP

Com respeito à convivência entre o comboio e o avião, o presidente de Renfe tem apostado pela intermodalidad entre ambos meios de transporte: "A combinação dos diferentes modos com o avião, sobretudo nutrindo mais rotas, pode-se fazer sem chegar a conflito ".

Alianças com outras companhias

Neste sentido, tem citado algumas alianças intermodales como a assinada com Iberia para nutrir conexões de Renfe regionais com voos internacionais ou com Costa Cruzeiros para fazer o mesmo mas no âmbito marítimo.

Em qualquer caso, Blanco tem enfatizado que nos países onde se tomaram medidas neste âmbito nos voos de curto rádio, como no França, tem afectado só a um 5 % dos voos, que ademais já não estavam em operação ou estavam em decaimiento, pelo que acha que é mais "uma medida estética e com um impacto relativo".