Renfe lamenta que a concorrência no âmbito ferroviário é "a cada vez mais dura". Com estas palavras expressou-o o presidente da companhia, Raül Blanco.
O director também tem reconhecido que actualmente Renfe, Iryo e Ouigo se estão a brigar pela cada um dos viajantes em disputa.
Renfe, em números vermelhos
Blanco tem aproveitado sua participação nos cafés da manhã de Executive Fórum para explicar que esta concorrência é a que está lastrando os resultados económicos da empresa. Renfe voltará a registar perdas em 2023 continuando assim com os 'números vermelhos' de 109 milhões de euros de 2022.
O presidente de Renfe tem avançado que o resultado bruto de exploração (Ebitda) do grupo esteve em torno dos 300 milhões de euros no ano passado, em linha com os 292 milhões do ano anterior, pelo que as margens de rentabilidade seguem nos mesmos níveis, pese ao aumento da cifra de viajantes a recorde dos últimos 18 anos.
Ouigo expande-se em Espanha
"Cifras de viajantes como as actuais, faz três anos ou quatro, quando não tinha este nível de concorrência, dariam umas margens muito, muito amplos, que agora se reduziram de maneira constante. A concorrência a cada vez é mais dura, mais complicada e estamos a brigar-nos pela cada um dos viajantes que tenha em disputa", tem argumentado.
Ademais, Blanco tem deixado entrever que esta situação a cada vez irá a pior, já que os novos operadores já têm a concessão para se expandir em novas linhas para o norte do país, como recentemente a de Ouigo a Valladolid.
Acabou-se a guerra de preços?
O presidente de Renfe tem assinalado que esta "guerra de preços" não poderá sustentar no tempo, ao considerar que "os operadores não poderão aguentar estas tarifas e terão que oferecer uns serviços de valor acrescentado".
Assim mesmo, esta 'guerra' viu-se agravada ao ter tanto Ouigo como Iryo aos estados do França e Itália detrás, respectivamente, pelo que a dinâmica de aguentar as perdas que já estão a registar é maior.