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A loja de segunda mão mais sustentável de Madri abre em Malasaña: assim é A Recuperadora

A nova marca, que aglutina a multidão de entidades sociais, aposta pela reutilização e por dar oportunidades trabalhistas às pessoas vulneráveis

Juan Manuel Del Olmo

La Recuperadora

A constelação de lojas de segunda mão do madrileno bairro de Malasaña tem uma nova estrela, e esta brilha com mais força porque seus objectivos são mais justos: trata-se da Recuperadora, um estabelecimento operado pela Associação Espanhola de Recuperadores de Economia Social e Solidária (AERESS). Com esta loja, que não será só uma loja, a entidade pretende dar mais visibilidade a seus projectos.

Está situada no número 4 da rua San Joaquín e vende roupa de segunda mão de mulher e de homem, complementos, bisutería e calçado, mas também muebles vintage com os que pôr uma inyección de personalidade ao salão de casa. Os preços são asequibles. Por exemplo, umas Nike Blazer Low '77 brancas com o logo verde em bom estado rondam os 18 euros, e há jaquetas vaqueras Levi's imperecíveis por uns 20 euros.

Compromisso com as pessoas e o planeta

Natalia Castelhanos, responsável por projectos de AERESS, tem explicado que o projecto tem "muito trabalho detrás" e está comprometido com as pessoas e com o planeta, além de ser ambientalmente respeitoso. Em AERESS são pioneiros em economia circular, mas estão ligados com o presente: a marca está alinhada com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e sustenta que sua missão é assegurar e potenciar a geração de emprego entre colectivos desfavorecidos.

Interior da Recuperadora / CG

Isso significa que o consumidor que se leve uma camisa estará a comprar bem mais que uma camisa. Não se trata, desde depois, de vestir valores como se fossem medalhas, sina de ser consciente de que se comprou e do que há detrás. "Teus compras na Recuperadora diferenciam-te e marcam a diferença do consumo responsável. Quando compras na Recuperadora apoias a economia social e circular", assinalam em seu site, onde incidem nas consabidas 3 erres: reciclar, reduzir e reutilizar.

21.000 toneladas de têxtil

E é que, segundo as cifras de AERESS, no ano 2022 as 26 entidades que compõem sua rede recolheram 21.000 toneladas de têxtil. Pela cada 6.000 toneladas de têxtil gerido podem gerar 78 postos de trabalho.

São cifras abultadas, mas há outras escandalosas. Segundo recordam as paredes da Recuperadora, quando um consumidor compra uns pantalones vaqueiros recuperados poupa 8.000 litros de água, o equivalente a umas 40 duchas de dez minutos.

Crescimento e estilo da segunda mão

A Recuperadora também nasce num contexto de oportunidade , com uma segunda mão que já não é algo envelhecido ou um descarte barato, sina uma opção consistente que contribui coisas que as outras prendas não têm. "A segunda mão tem crescido nos últimos anos de forma muito forte", tem explicado Castelhanos.

Um estante da loja / CG

Sua popularidade tem aumentado não só graças ao anseio de combater a moda rápida, sina à vontade dos jovens, que com estas prendas podem plotar personalidade a seu estilo. Neste sentido, A Recuperadora acha que a segunda mão trasciende tendências, "é diferente, diversa, original, e marca estilo próprio".

Tratamento da roupa

A primeiro eslabão da corrente compõem-no as entidades que trabalham em torno da Recuperadora, que se fazem com a matéria prima que previamente se depositou em seus contêiners. Para isso, as associações tecem vínculos de colaboração com as prefeituras. A seguir, analisa-se que se pode reutilizar: que destinar-se-á, prévio acondicionamiento, às lojas, e a que dar-se-lhe-á outro uso e poderá acabar convertido em hilaturas recicladas, trapo ou apaga.

A tarta da recolhida de têxtil em Espanha reparte-se entre uns poucos operadores. AERESS representa um 16 % do total, uma percentagem similar à popularísima Humana, enquanto Cáritas/Moda Re- copa mais do 46 %. Com a venda de prenda-las nas lojas, estas entidades obtêm recursos fundamentais para sustentar seu projecto social.

Fachada da Recuperadora / A RECUPERADORA

Oficinas de costura ou reparo

Na loja de San Joaquín há diferentes espaços, desde o denim até os muebles (flexos largos que são pura fantasía retro, cadeiras de madeira por uns 40 euros ou mesas que se escaparam de Me conta) e está previsto que acolham oficinas de costura ou de reparo de muebles, de modo que o credo se expanda e sejam os próprios utentes os que adquiram habilidades.

Uma circularidad redonda, que celebra. Uma circularidad de costurar, cantar e recuperar.