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Quando Interflora murcha a magia de um momento especial: "O ramo nunca chegou"
Alguns floristas associados a esta empresa experiente enviam flores que não se parecem nada com as que aparecem nas fotos.
Num casamento, num baptizado, no Dia da Mãe, num aniversário, numa formatura, numa entrega de prémios; como um presente, como uma prenda de amor ou como um agradecimento: as flores sempre são um bom presente. Uma das empresas pioneiras na sua comercialização a grande escala é Interflora, que se constituiu internacionalmente no ano 1946, e hoje tem mais de 50.000 floristas em 150 países dos cinco continentes. A filial espanhola foi criada em 1951, e desde então atua como intermediária entre os clientes e as floristas associadas para levar aos domicílios desejados rosas, lirios orientais, margaritas, pompa e alegria.
A cineasta Isabel Coixet afirmou numa entrevista que todas as plenitudes são fugaces, e uma frase tão sugestiva poderia muito bem ser tomada para reflectir sobre a beleza efémera das flores. No entanto, a Interflora às vezes rompe a magia de momentos que deveriam ser plenos: muitos consumidores mostraram-se dececionados pela diferença entre o ramo que pediram à empresa e o que finalmente chegou ao destino solicitado. É quase como o célebre meme de "o que chega pela AliExpress ": às vezes, há um verdadeiro abismo quanto a cores seleccionadas, horário de entrega ou número de flores.
Ramos que nunca chegam
"A minha experiência foi nefasta. Encomendei o ramo para o nascimento do bebé de uma amiga e nunca chegou", conta Rocío Gutiérrez à Consumidor Global. Reclamou, e finalmente a Interflora devolveu-lhe o dinheiro do seu pedido, que ascendia a 74,90 euros, mas ainda assim, qualifica a experiência de muito má. "Nem me explicaram por que não chegou, nem me deram soluções, nem umas míseras desculpas", argumenta.
A Sergio Vázquez ocorreu-lhe algo semelhante: pediu um ramo com um jarro e não lho trouxeram, e, além disso, enviaram "umas flores que não eram". Depois de contactar por correio, conseguiu que lhe devolvessem o dinheiro do jarro. "O seu modelo de negócio baseia-se em floristas locais", explica Vázquez, "que ctuam baixo o guarda-chuva da Interflora como intermediária. Pelo jeito, não podes jogar a culpa nos estafetas nem nas floristas. É um erro sob o meu ponto de vista", acrescenta este cliente insatisfeito. Isto é, que a Interflora não pode exercer nem exerce um controlo total sobre o que enviam as mais de 1.400 floristas associadas, e menos em picos de procura, o que permite que de vez em quando algumas ervas daninhas más conseguem passar.
Reembolsos insuficientes
A semente da decepção pode germinar até fazer brotar um verdadeiro incómodo se o pedido das flores realiza-se num momento especialmente sensível, como contou uma utilizadora no Twitter. Era o funeral de um familiar, e tinham pedido um ramo que não correspondia em absoluto com o conjunto, triste, draconiano e pequeno que receberam. Pediu à empresa "um pouco de empatía", mas nem sequer lhe devolveram a totalidade do dinheiro, mas sim 50%.
São muitos os que não estão satisfeitos com os reembolsos, porque em todas as circunstâncias é a Interflora quem tem a faca e o queijo na mão e decide quanto devolver. No seu site diz que a empresa "se compromete a resolver, no interesse mútuo dos seus clientes e estabelecimentos associados, as eventuais discrepâncias (derivadas da reclamação de um cliente ou um destinatário) que possam surgir por motivo de um pedido da Interflora, que o cliente ou o destinatário não possam ou desejem resolver diretamente com os membros implicados".
"Escutar as explicações da florista"
O procedimento, segundo descreve-se, consiste em escutar "as explicações da florista ou estabelecimento" para determinar a sua responsabilidade e fazer-lhe cumprir "a decisão adoptada como resultado desta discrepância". E aqui paz e depois glória.
Das mais de 2.100 opiniões que tem a empresa no Trustpilot, mais de 70% são muito más (com a pior pontuação, 1 estrela). Abundam palavras como "defraudado" ou lamentável. Neste fórum, uma utilizadora conta que comprou um centro laranja para um funeral por 125 euros. "Por esse preço deduzes que o centro estará minimamente à altura. Para nada. É um autêntico lixo (perdão pela expressão). Não é a primeira vez que nos acontece isto com a Interflora, mas pensas que terão tido um dia mau e no fim, sem dúvida não repetiremos. Nada a ver o recebido com o comprado, nem na quantidade nem na qualidade e tamanho", denunciou. Este meio perguntou à Interflora para conhecera sua opinião sobre estas críticas abundantes, mas não obteve resposta.
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