Nas últimas décadas, a possibilidade de que o uso de dispositivos de comunicação como telefones móveis possa aumentar o risco de tumores cerebrais tem sido uma preocupação crescente para a saúde pública, em particular devido ao incremento considerável de seu uso por parte dos jovens.
Por isso, o estudo internacional de casos e controles MOBI-Kids se propôs analisar este possível vínculo se baseando em dados de para perto de 900 jovens dentre 10 a 24 anos com tumores cerebrais. Para assegurar uma participação suficiente, os controles recrutados no estudo foram hospitalarios (pessoas operadas de apendicitis). O resultado do estudo, coordenado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), é que não existe uma associação causal entre os tumores cerebrais e o uso dos telefones móveis.
Radiofrequências que poderiam fazer progredir aos tumores
Não obstante, tal e como tem assinalado Gemma Castaño, pesquisadora de ISGlobal e primeira autora do estudo, "apesar de nossos melhores esforços, não podemos descartar que possa ter um pequeno aumento no risco". Isto se deve a variáveis que o estudo não tem podido analisar. Ademais, estudos recentes realizados em animais e células têm informado de um aumento do estrés oxidativo relacionado com as radiações emitidas pelos telefones, bem como possíveis efeitos sobre a genotoxicidad e a expressão genética.
Por isso, a intenção dos pesquisadores é aprofundar nos possíveis mecanismos pelos quais as radiofrequências poderiam afectar o risco de cancro, como na promoção ou progressão de tumores. A investigação tem sido financiada pela Comissão Européia e por fontes de financiamento nacionais e regionais dos países participantes.