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O protector de ecrã de 20€ que a MediaMarkt introduz ao comprar um móvel: "Dizem que todos o trazem"
Muitos clientes denunciam um aumento do preço final dos smartphones com um serviço que a empresa afirma ser opcional.
MediaMarkt é uma das empresas de referência na venda de produtos eletrónicos e uma das lojas favoritas na hora de procurar um telefone novo. No entanto, a cadeia do famoso "eu não sou tonto" tem irritado a muitos clientes que tiveram que pagar até 20 euros mais por um protector de ecrã que alguns smartphones já levam incorporados.
É o caso de Ferrán Caldés, que se deslocou até uma loja da MediaMarkt para comprar um telemóvel para a sua sogra e o empregado da loja disse-lhe que tinham de o comprar com este extra. "Disseram-nos que todos os telemóveis tinham um protetor colocado pela MediaMarkt que aumentava o preço em 20 euros. Eu disse-lhe que não precisava, que em todo o caso podia comprar o que queria e que não me ia custar tanto dinheiro, na Amazon custam muito menos", contou este cliente à Consumidor Global.
O "imposto revolucionário" da MediaMarkt
Depois de uma ardua conversa com o funcionário e muitas insistencias, fizeram-lhe o "grande favor" de vender-lhe um telemóvel sem protector. "Custou, mas no final o rapaz foi procurar ao armazém a ver se algum não levava protector. Deu-nos um sem o vidro e sem esse imposto revolucionário de 20 euros", lembra com ironía Caldés.
Mas, essa pequena vitória não conseguiu esfumar a indignação que lhe tinha causado esta compra. "Quando chegamos a casa e abrimos o telemóvel, vimos que já tinha um protector de ecrã que tinha posto a própria marca. Estão a cobrar 20 euros por um protector que já leva o telemóvel", diz este cliente.
Alguns telemóveis já vêm equipados de fábrica
E assim é. Os últimos modelos da Xiaomi já incluem protecção no seu vidro ou ecrã. É verdade que não é exactamente vidro temperado, mas sim que levam um recobrimiento para evitar impactos ou riscos. "Pode ser que os coloquem em cima desta protecção, mas estão a impor uma coisa que deveria ser opcional. Se não perguntas e insistes, não sabes que podes ter esse telemóvel sem protector e sem um custo extra", enfatiza Caldés.
Pedro Bautista, outro cliente, saiu irritado de outro MediaMarkt em Almería porque "queriam dar-me um protetor de 20 euros", diz. "Estava a perguntar à rapariga sobre os modelos e ela disse-me que todos vinham com um protetor, que em geral os de gama média tinham todos e que não havia opção de os comprar sem ele", queixa-se Bautista a este jornal.
Um autocolante vermelho
A Consumidor Global deslocou-se até uma loja MediaMarkt em Madrid, no Passeio da Castelhana, para perguntar por estes protectores. Os diferentes telemóveis à venda têm um autocolante vermelho que indica que contam com protector de ecrã no interior. "Deste casualmente só nos fica um sem protector", diz um funcionário assinalando a única caixa sem autocolante vermelho dos Xiaomi Redmi Note 12.
"É opcional, mas há alturas em que só nos restam os que têm protetor. Vêm assim diretamente para a loja. É uma questão de stock", diz a funcionária. Basta olhar para a secção dos telefones para ver que são muito poucos os aparelhos que não têm este autocolante vermelho, pelo que é quase impossível levar o telefone sem o suplemento de 20 euros. Como se isso não bastasse, há também unidades que incluem um protetor Ultra, que é mais caro, custando 25 euros.
A postura da MediaMarkt
Por outro lado, é de salientar que nos cartazes com o preço dos telemóveis em exposição se destaque o valor original do dispositivo sem o pack. Depois há que lhes somar esses 20 ou 25 euros pelo vidro temperado adicional. Da MediaMarkt insistem de que se trata de um serviço opcional, embora muito poucos telemóveis passem sem o protetor.
"A MediaMarkt oferece aos clientes a possibilidade de comprarem o seu dispositivo móvel com ou sem protetor. A empresa oferece a opção de comprar o telemóvel com o protetor, para que possam levá-lo pronto a usar e não tenham de esperar caso queiram colocá-lo mais tarde, mas a decisão está sempre nas mãos do cliente e não é obrigatório comprá-lo com o telemóvel", afirmaram fontes da empresa. Mas, se for esse o caso, o que está a faltar são mais unidades sem o extra para dar mais escolha aos consumidores. Parece que a empresa encontrou uma forma muito eficiente de ganhar mais dinheiro com as vendas de telemóveis.
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