Quando se trata de investir em electrodomésticos, está claro que os consumidores apostam em marcas de confiança. A Teka é uma das mais antigas que existem no mercado. Conta com uma história de 140 anos.
Mas de pouco serve a sua longa história quando a multinacional suíça irrita os seus clientes. Alguns deles relatam uma péssima experiência de compra. O mais criticado é o serviço pós-venda. A maioria dos afectados queixam-se da falta de soluções. Porquê?
"Não serve para nada"
Guadalupe R. S. tem o frigorífico avariado desde o passado agosto. EEm outubro, estava há pouco mais de um mês à espera que a Teka a atendesse. "O serviço de apoio ao cliente não serve para nada. Telefonamos e eles encaminham-nos para o serviço técnico e dizem que estão à espera do serviço de reparação", conta.
O frigorífico não tem nem dois anos e já lhe causou problemas. Comprou-o em março de 2022. "A marca em sim está bem mas, se tendes algum problema, não vos vão fazer caso", insiste numa queixa posterior. "Não sabem arranjar o meu frigorífico. Estou à espera desde 29 de agosto que o venham arranjar", detalha.
"Nem se lembram do teu caso"
A má experiência de Guadalupe R. S. não é, nem muito menos, a única. Patricia tacha o serviço técnico da Teka de "nefasto". O seu problema tem a ver com o exaustor. Explica que, depois de pagar 65 euros ao serviço técnico, lhe comunicam que o seu extractor não tem arranjo. "Esperamos que nos liguem com uma nova encomenda e não nos ligam de volta. Telefonamos e eles nem sequer se lembram do nosso caso", conclui.
A placa de indução da Teka que comprou Aurea S. B. também não funciona. A utilizadora especifica que a comprou em dezembro do 2022. A sua comunicação com os técnicos da companhia também parece ter sido um falhanço. "Ainda estamos à espera que nos digam quando virão para nos dar uma solução", insiste.
O mínimo que devem garantir
Irene Becerra, directora legal da Reclamador.es, esclarece qual é o mínimo que um serviço de apoio ao cliente deve oferecer. "Apoio em relação aos produtos ou serviços oferecidos pela empresa e canalização de queixas e reclamações dos clientes", diz à Consumidor Global.
Um básico que, a julgar pelas opiniões recolhidas, a Teka não o cumpre correctamente. A modificação da Lei Geral para a Defesa dos Consumidores e Utilizadores em 2022 obriga as empresas a manter peças sobressalentes e um serviço técnico adequado durante dez anos. É o que nos recorda o advogado acima referido. No entanto, a realidade na Teka parece ser muito diferente.
Que podem reclamar os afetados?
Em casos como o de Guadalupe R. S. pouco se pode reclamar ao serviço técnico da Teka sobre os meses que leva à espera pela reparação do frigorífico. Irene Becerra esclarece a este meio que o regulamento não fixa um prazo específico neste sentido. Sim há outras coisas que pode exigir tanto esta afectada como o resto.
"Se um produto em período de garantia é defeituoso, legalmente o consumidor pode escolher entre pedir a reparação do produto ou a sua substituição por outro novo", enfatiza a jurista. Naqueles casos nos quais não se pode reparar nem substituir o electrodoméstico, então o cliente tem direito a reclamar a devolução do produto e recuperar o custo.
O silêncio para uma resposta
Basta dar um olho às opiniões que expressam os clientes no Trustpilot sobre a Teka. Nesta plataforma, a empresa conta com um alto volume de pontuações negativas. 237 opiniões dos 269 dos comentários totais estão avaliadas com uma estrela.
Centenas de utilizadores aos quais a Teka não consegue satisfazer. Internautas aos que, como Guadalupe R. S. ou Aurea S. B., os electrodomésticos falham no ano em que são comprados e ficam pendurados. Sem resposta. Até o dia de hoje, a Consumidor Global também não recebeu resposta por parte da empresa suíça. "Quem cala consente", diz o provérbio espanhol.