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Pesadelo com Nexus Energia: o incrível caso de uma factura de 1.100€ depois de uma mudança de contador
Uma consumidora denuncia uma cobrança desproporcionada após vários cortes de luz que a companhia se nega a devolver
Nexus Energia é uma empresa que se dedica à comercialização de gás natural e electricidade. Segundo relatam em seu site, a companhia surgiu quando "uma dezena de revendedoras de toda Espanha se juntaram para criar uma comercializadora que apostasse por ensinar a seus clientes como é possível poupar com um uso mais eficiente da energia e impulsionar o desenvolvimento das energias renováveis". Apesar das boas intenções, alguns clientes têm tido experiências desastrosas.
O 2 de fevereiro de 2022, Andrea Smoller recebeu uma factura a mais de 1.000 euros de Esfera Luz, que agora opera com o nome de Nexus. Não é que uma companhia comprasse à outra: Esfera fazia parte do grupo de Nexus e mudou de nome, precisamente, em fevereiro de 2022. Mais especificamente, a factura de Smoller ascendia a 1.113, 63 euros e correspondia ao período de leitura compreendido entre o 17/12/21 e o 23/01/22, isto é, 38 dias. Desde então, esta consumidora tem vivido um pesadelo e tem batallado por demonstrar que a conta é desproporcionada e injusta.
Um consumo "impossível" para uma moradia
Dantes de receber esta factura (que atinge o valor de um iPhone), Smoller costumava pagar uns 40 euros mensais de luz. "Esse consumo é literalmente impossível numa moradia", denúncia. Ela tem calculado o custo em função da potência contratada e assegura que "nem sequer um local de restauração de tamanho considerável seria capaz de consumir tanto".
Tudo começou com um corte de luz. Ocorreu o 4 de janeiro de 2022, e Smoller chamou à revendedora, Iberdrola, informando do que tinha ocorrido. O técnico não chegou até cinco horas depois, período no que esteve em sua casa sem luz nem água quente com duas meninas pequenas.
Problemas com o contador
A incidência poderia dever-se, apontou o técnico, a uma sobrecarga no contador, algo surpreendente a julgamento desta consumidora, "já que unicamente estávamos a ver a televisão", alega. Seja como for, a avaria ficou solucionada. Por se as moscas, o técnico explicou-lhe a Smoller que, se tinha alguma sobrecarga, deveria reiniciar o contador.
Parecia solucionado, mas, depois de um par de dias com aparente normalidade, o 7 de janeiro voltou a ir-se a luz, de novo vendo a televisão. "Reinicio o contador tal como me tinha explicado o anterior técnico e se soluciona pelo momento a avaria", conta esta consumidora. Dois dias mais tarde foi-se por terceira vez. Mesmo processo: reiniciou o contador e voltou-se a arranjar, mas na segunda-feira 10, "ao acordar-nos às 7 da manhã para ir trabalhar", descreve Smoller, encontraram-se de novo sem electricidade.
Razões do corte
A afectada chamou à companhia e num princípio deslizaram que quiçá não poderia ir o técnico. "Respondi que tinha meninas pequenas, que não podia estar sem luz nem calefacção, e que não era uma sobrecarga do contador tal como me tinham dito a primeira vez, porque sempre se ia a luz quando menos actividade tinha, ante o qual finalmente acedem a me enviar um técnico", relata.
Uma vez chegou, o tom do técnico não foi muito alentador: "Adverte-me/ameaça de que se era uma falha meu deveria pagar a deslocação aparte, ante o que lhe respondo que estava desesperada, que eu pagaria se fizesse falta". O técnico comprovou a instalação e chegou à conclusão de que seria do contador. E pouco mais: pôr-se-ia em contacto a revendedora para pôr um novo, relata Smoller. Não obstante, advertiu-lhe de que nesse momento tinha poucos contadores no mercado devido à falta de fornecimento de chips. Retirou o velho e deixou a esta consumidora sem contador.
Consumos acumulados
Instalaram-no dois dias mais tarde, o 12 de janeiro, sem aviso prévio. E umas semanas depois, o 2 de fevereiro, chegou a factura. Na mesma dizia-se que Smoller tinha consumido "mais de 5.000 kw/h", quando seu consumo médio mensal é de menos de 100 kw/h", relata. Pediu explicações a Esfera Luz, mas disseram-lhe que se tinha facturar correctamente. Podia dever-se, diziam, a que o contador não tivesse registado todos os consumos mensalmente, e ao se retirar se tivesse facturar todo o acumulado.
Reclamou ao tribunal de arbitragem da Comunidade de Madri, mas desde a empresa disseram-lhe que não se acolhiam ao julgamento desta entidade. "Tínhamos decidido não pagar essa factura, mas finalmente pagamos o 29 de agosto, já que ao chegar a casa e após um aviso de correio, me cortaram a luz", narra Smoller. Mas, ainda após passar por caixa, queria comprovar que tinha passado.
Verificação do consumo real
Smoller informou-se, e encontrou a página oficial IDE-Iberdrola, onde ao meter seu CUPS (código universal de ponto de fornecimento) podia ver os consumos diários. "É aí onde observo que os consumos desmesurados de luz são precisamente quando informo da avaria, desde o 3 de janeiro até o 10 de janeiro, quando me retiraram o contador velho e me deixaram sem contador. Na mesma página vê-se como a partir de 12, já com o contador novo, os consumos são os normais", descreve.
Ela tem um topo de consumo de 3.3 kw/h, "pelo que, ainda que estivesse a topo, não poderia chegar aos consumos desses dias", indica. Por isso, sua intenção é solicitar o reintegro íntegro da factura, além de um dinheiro por danos e prejuízos. "Não só pelos cortes de luz sofridos, sina pelo que me estão mareando por um erro deles", limpa.
Poucas opiniões
São poucos os utentes que têm publicado valorações da empresa em internet, mas os que o fizeram também têm expressado seu mal-estar. Por exemplo, ao comprovar as reseñas de Google da sede de Nexus Energia de Rua do Consell de Cent (Barcelona) pode-se comprovar que alguém aguardou "dois anos e meio para resolver um problema de cobrança de recibos de um contrato que não estava a meu nome". "Sua gestão de facturas é um autêntico caos administrativo. Sua atenção ao cliente é muito deficiente", conta outro.
Este meio pôs-se em contacto com Nexus Energia para conhecer seu ponto de vista sobre estas incidências mas, ao termo desta reportagem, não tem obtido resposta.
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