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O paradoxo das esponjas: "É um produto criado para limpar, mas também um ninho de bactérias"
Os dermatologistas não as recomendam e aconselham a esfregar-se com a própria mão ou lavar-se com as de único uso
Dos diferentes objetos no lar há alguns onde se acumulam mais os vírus e bactérias, entre eles destaca-se a esponja de banho. "É irónico pois trata-se de um produto que foi criado para limpar, no entanto, também é um ninho de gérmens", realça Montserrat Salleras, chefe de serviço da Dermatología de Quirónsalud, que acrescenta que é importante prestar-lhes mais atenção e mudar hábitos de higiene.
"Nos estudos microbiológicos pode-se ver na superfície deste produto como crescem micróbios que às vezes são fonte de contágio de doenças ou de perpetuação de doenças infecciosas da pele", afirma à Consumidor Global a dermatologista. É verdade que a especialista admite que nem sempre ocorre isto se se faz um bom uso, mas tanto ela como os profissionais do seu mesmo campo recusam rotundamente a esponja e afirmam que é mais higiênico esfregar-se com a própria mão ou usar esponjas de usar e deitar fora.
Os perigos para a pele
Se se faz um uso prolongado da esponja húmida pode resultar perjudicial para a pele. "As bactérias, fungos e vírus introduzem-se na pele e podem provocar infecções nas unhas, nas costas, na cara, por colitis, etc. Em todo o corpo, no general", explica Salleras. Há zonas mais específicas do corpo que são mais propensas a apanhar estes fungos ou bactérias, como a virilha ou as axilas, já que têm mais possibilidades de proliferar, de se assentar e de que se desenvolva a infecção.
"Às bactérias gostam da humidade, e a esponja sempre está num ambiente húmido pois fica na casa de banho, concretamente perto da banheira, um recipiente que nunca acaba de secar pela zona ou porque não há tempo suficiente para que se volte a usar", comenta a dermatologista a este meio. Desta forma, até que o utilizador a volte a utilizar para se ensaboar, decorre um período que permite o aparecimento de gérmens de contágio.
Como mantê-la bem
Salleras insiste em que há que ter mais cuidado se se trata de pessoas com peles sensíveis. Para mantê-la higiénica e evitar infecções, deve-se substituir a cada duas ou três semanas se é uma esponja natural. Por outro lado, as esponjas artificiais duram um pouco mais de tempo: até dois meses no máximo. "É recomendável deixá-la sempre num ambiente seco, inclusive exterior, ao sol, apesar a que não esteja num ambiente fechado e húmido. Claro, mas realisticamente, muito poucas pessoas fazem isso", reconhece a dermatologista.
"Todas as esponjas tradicionais têm esta problemática", avisa Álvaro González, director de Desenvolvimento de Negócio de Jalsosa, uma empresa especializada na produção e distribuição de produtos para a higiene diária pessoal. Da companhia oferecem alternativas e enfatizam que "melhor que limpar com a mão é usar uma esponja descartável". Uma das suas especialidades
As melhores alternativas
"Os nossos produtos estão a mudar o sistema de higiene pessoal a nível mundial, facilitando o hábito de higiene com as nossas esponjas de sabão de uso único", destacam da empresa. "Antes usava-se a mesma esponja para todo o hospital. Apenas os ricos tinham um por paciente. O nosso fundador, José Antonio López Sánchez-Ocaña, enfermeiro de profissão, em 1985 percebeu que os hospitais não contavam com um produto específico com o qual realizar a higiene diária aos pacientes acamados. Viu uma oportunidade e quis fazer negócio com esponjas descartáveis", conta González à Consumidor Global.
Convém destacar, que as esponjas de um único uso da Jalsosa são 95% reciclá veis e 5% plásticos. "Somos conscientes, e estamos a trabalhar nisso porque estamos preocupados pelo plástico. Estamos numa fase de transição", reconhecem da companhia. A higiene não é uma questão de aparência senão uma necessidade para evitar bactérias e infecções, mas primeiro há que ter os instrumentos adequados para isso.
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