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O panettone da Lacasitos mais decepcionante: "É anão e não tem vestígios do famoso chocolate"

O grupo Lacasa elabora o doce de Natal incorporando um dos seus produtos estrela que nem os especialistas em nutrição nem os provadores do Consumidor Global aprovam.

Ana Siles

Panetone de Lacasitos / Luis Miguel Añón

Se há uma coisa a que a infância sabe, é a doces. As bolachas e os chocolates são os mais comuns.  Muitas marcas novas estão a entrar no mercado, mas os clássicos nunca passam de moda. E se falamos de clássicos, temos de falar de Lacasitos.

O grupo Lacasa apostou nestes caramelos com chocolate no seu interior em 1982. Desde então, são muitos os produtos feitos com Lacasitos. O último é um panettone. Um que defrauda os paladares até dos mais gulosos. Porquê?

Um alimento "não saudável e não recomendável

Mariana Diana, doutorada em Nutrição da Universidade Ramon Llull-Blanquerna, qualifica o panettone da Lacasitos como um produto "não saudável". "Não é recomendável o seu consumo", acrescenta nas suas declarações à Consumidor Global.

Panettone da Lacasitos / Luis Miguel Añón

Se dermos uma vista de olhos à extensa lista de ingredientes, dificilmente poderemos discordar do especialista. A farinha de trigo, a manteiga de cacau, o açúcar e outros edulcorantes, como o extrato de malte de cevada, estão entre os presentes.

Ridiculamente pequeno

A imagem de um panettone não tem lugar a dúvidas: uma massa similar ao bizcocho com muito ar no seu interior e de grandes dimensões. Meio quilo para ser exacto. O panettone da Lacasitos é de 100 gramas.

Na prática, não é mais que uma magdalena. Um muffin, como diriam os mais cosmopolitas. É demasiado pequeno para partilhar e muito enjoativo para uma pessoa sozinha. Os provadores da Consumidor Global não hesitam: "É anão".

Panettone da Lacasitos / Luis Miguel Añón

Longe da receita original

Marina Diana esclarece a este jornal que o panetone da Lacasitos não passa de um produto ultra-processado, "um pastelão". Sublinha que contém elevadas percentagens de gorduras saturadas, açúcares e muitas calorias. 418 para ser exato.

Como se isso não bastasse, a receita deste panetone não tem nada a ver com a versão mais antiga. "É um doce de Natal com origem no século XV. A receita real não é mais que água, farinha e fruta fermentada", sustenta. "O que conhecemos atualmente como panettone é uma enorme quantidade de ingredientes e aditivos", conclui.

Um desenho chamativo e enganoso?

As cores corporativas da Lacasitos não são discretas. Uma caixa amarela com o nome da marca atrai o olhar do cliente. Um design cheio de estampas de Natal que dificilmente passa despercebido na secção de confeitaria dos supermercados. Especialmente porque a embalagem é muito mais pequena do que a dos outros panetones.

Panettone da Lacasitos / Luis Miguel Añón

No centro do packaging, há uma imagem do panettone da Lacasitos. Uma imagem que difere bastante da realidade que este meio encontra no seu interior. Se por fora há muitos Lacasitos no bolo, por dentro eles se destacam pela ausência. Estão a pingar e "amolecidos", segundo um dos nossos provadores.

Aspeto apetitoso, mas e o sabor?

Uma vez que se abre a caixa, começa-se a perceber as primeiras sensações. O aroma lembra os Weikis, os bolos de chocolate e leite. Outro clássico da infância. O aspeto, embora não se pareça nada com a fotografia, é um pouco apetitoso. No final, é apenas um queque com uma cobertura de chocolate.

Panettone da Lacasitos / Luis Miguel Añón

O que não se perdoa é, sem dúvida, o desastre dos Lacasitos. "Não há nem sinal do famoso chocolate", recalça um provador. Além disso, os poucos que estão disponíveis não têm o toque crocante. Sobre a massa do panetone, pouco há a dizer: é tenra? Sim, mas de resto é uma desilusão absoluta.