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Ocasionplus e Autofesa: falam os afectados pela suposta fraude dos carros de segunda mão

Vários julgados admitem a trâmite denuncias contra ambas companhias por comercializar automóveis em mau estado e se negar a assumir o custo de reparo ou os substituir

El taller de Ocasionplus   OCASIONPLUS
El taller de Ocasionplus OCASIONPLUS

Continua a investigação a Ocasionplus e Autofesa, duas das principais plataformas de venda de carros de segunda mão, por um suposto delito de fraude. Vários julgados da localidade de Navalcarnero (Madri) têm admitido a trâmite denuncias contra ambas companhias por comercializar automóveis em mau estado e se negar depois a assumir o custo de reparación dos veículos ou os substituir por outros de similares características.

Pese a que os administradores de ambas mercantis, os irmãos Daniel e Fernando Rodríguez Santos, apontam que sua publicidade anuncia total transparência e garantia com a justificativa de que todos os veículos à venda passam "um exhaustivo exame em mais de 200 pontos de controle". No entanto, são bastantees os exemplos põem em dúvida essa afirmação.

Os afectados

Em declarações à Sexta, Pepi, de Madri, conta que no dia que seu filho se sacou o carnet de conduzir, decidiram comprar um carro de segunda mão seduzidos pela facilidade e as garantias que oferecia esse anúncio, mas lhes saiu rana: "Nada mais sacar o carro do concesionario vimos que o carro não ia bem do tudo, aos quinze dias nos deixou atirados no meio da A2", relata.

Varios coches de segunda mano y vehículos de ocasión / EP
Vários carros de segunda mão e veículos de ocasião / EP

A história não acaba aí. Levaram o carro ao concesionario de Autofesa no que o tinham comprado e ali lhes tranquilizaram dizendo que lho arranjavam sobre a marcha. Passaram 15 dias até que lhes devolveram o carro e três dias mais tarde o veículo voltava a dar problemas. "O carro a cada vez tinha mais problemas e ficava-se-nos totalmente parado", lamenta Pepi. Foi então quando a empresa que lhes vendeu o automóvel deixou de atender a seus telefonemas: "Ao princípio apanhavam-nos o telefone, logo já foi uma evasiva depois de outra até que ao final não se fizeram cargo e não me ficou outra que denunciar", enfatiza.

Mais casos

O caso de Ismael é muito parecido. A afectado conta à Sexta que decidiu comprar uma furgoneta de segunda mão, mas nada mais abandonar o concesionario começaram os problemas: "Acendeu-se-me o piloto da temperatura do motor, de modo que decidi dar a volta e deixá-la de novo no concesionario" assinala. A versão do concesionario foi que se lhes tinha passado uma pequena falha e que parecia que a culata estava rompida. Em princípio tudo parecia correcto já que lha mudaram de imediato mas então foi o motor ao completo o que lhe deu problemas.

Harto de contratiempos, Ismael reclamou à empresa a resolução do contrato ou que lhe dessem outra furgoneta de características similares, mas então foi quando a empresa deixou de lhe contestar: "O último que me disseram foi que me compravam a minha mas por 3.000 euros menos do que me tinha custado pelos 2.000 quilómetros que lhe tinha feito, que realmente lhos têm feito na oficina comprovando se funcionavam os arranjos" conta o jovem.

Se desentienden

Nas redes sociais, diversos foros advertem de que é um 'modus operandi' recorrente e até eles mesmos fizeram um video para TikTok no que admitiam diversas falhas num Mercedes cujo caso se fez viral: "Neste Mercedes tinha diversas falhas, muitas falhas. E todas estas falhas eram unicamente pela bateria" começa em vídeo protagonizado pelo responsável por Garantia de Ocasionplus , segundo recolhe A Sexta. "Que devemos revisar a bateria dantes de entregar o carro? Sim, mas somos humanos e equivocamos-nos", admite o responsável.

Coches de segunda mano / EP
Carros de segunda mão / EP

Ocasionplus e Autofesa se desentienden dos defeitos que encontram os clientes, apesar de que a lei impõe aos vendedores de veículos seminuevos um ano de garantia. E aí está a chave do caso. Ao que parece, segundo relatam as vítimas, ambas companhias costumam introduzir nos contratos uma cláusula pela que forçam a seus clientes a declarar que os automóveis vão ser utilizados para uma actividade empresarial e por tanto, isso os deixa fora do regulamento de consumo para a que fixam mínimo um ano de garantia por lei.

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