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Más notícias para os consumidores: a inflação subirá ao 3,5% e a economia esfriar-se-á
O Conselho Geral de Economistas mantém em 2,3% sua estimativa de crescimento para este ano, mas prevê um crescimento próximo a zero no final de 2023
O Conselho Geral de Economistas tem revisado em 5 décimas ao alça, até o 3,5 %, a previsão da taxa de inflação média de 2023, segundo o 'Observatório Financeiro e Chaves Económicas de Espanha' apresentado nesta segunda-feira, correspondente ao segundo cuatrimestre de 2023, elaborado pela Comissão Financeira e o Serviço de Estudos do Conselho.
Mais especificamente, explica que ainda que as taxas de inflação continuam se moderando em Espanha, o diferencial com a Eurozona se estreitou até 1,1 pontos, o que resta competitividade à economia, condicionada pelo incremento do preço do petróleo. A este incremento do combustível, acrescenta-se o efeito que está a ter a revalorização do dólar em frente ao euro no mês de setembro, que prejudica as importações de cru. É por isso, que revisam ao alça em cinco décimas a previsão de incremento do IPC médio a final de ano.
Ralentización da economia
Por outra parte, ainda que actualmente os economistas mantêm em 2,3 % sua previsão de crescimento do PIB em 2023, também advertem de uma ralentización da progressão económica, "cuja falta de vigor" augura que em 2024 seja menos intensa que a deste ano.
Neste sentido, esperam que durante o terceiro trimestre, a economia possa crescer cerca do 0,2 % ou o 0,3 %, ainda que acham que é possível que nem sequer chegue a essas cifras. E para o quarto trimestre, os economistas estimam uma taxa próxima a zero, mas descartam crescimento negativo.
Crescimento próximo a zero
"O último trimestre não vai ser crescimento negativo, mas pode ser crescimento próximo a zero. Há que ter em conta que, neste terceiro trimestre do ano, o crescimento de Europa vai ser do 1,2 %, com alguns países em crescimento negativo", tem analisado o presidente da Comissão Financeira do Conselho Geral de Economistas, Antonio Pedraza. "Então já é dar com um canto nos dentes que nós terminemos no ano com crescimento zero ou assimilável mas em absoluto pensamos que é negativo", tem arrematado.
Com respeito a outros dados macroeconómicos, o observatório situa a taxa de desemprego neste ano no 11,8 %, o déficit público entre o 3,8 % e 4 % e a dívida pública no 110,5 %, ainda que esta última em termos nominais segue aumentando e já tem superado os 1,55 biliões de euros a data de julho, avisam.
Pedem estabilidade política e institucional
"Sendo verdadeiro que tudo aponta a que a economia espanhola terá neste ano um maior crescimento que o de nossos homólogos europeus, não tem nem a intensidade nem o vigor que deveria, pelo que se faz muito necessária a estabilização política e institucional que ajude a tanto o fechamento deste exercício, como às previsões de 2024", tem expressado o presidente do Conselho Geral de Economistas de Espanha (CGE), Valentín Pich.
O presidente do Conselho Geral de Economistas também tem assinalado que se o emprego continuasse com um bom comportamento, como até agora tem sido, e se pudesse influir nas retribuições salariais sem afectar à inflação, Espanha estaria num momento óptimo para mudar o modelo para uma maior contenção fiscal, bem como para um apoio decidido às políticas produtivas desde o lado da oferta obrigado em parte à transição ecológica e economia sustentável.
Desaceleración no comércio de bens
O acto tem contado com a presença da conselheira delegada de ICEX Espanha Exportação e Investimentos, María Peña Mateos, que tem assinalado que pese à desaceleración no crescimento das exportações, há indicadores positivos na internacionalización da economia espanhola.
"O sector exterior segue comportando-se bem em 2023, isto é, seguimos crescendo entre janeiro e julho, pois o último indicador é de um crescimento das exportações, mas é verdade que nos enfrentamos a um momento que se mantém bastante incerto e onde ademais se estão a identificar claramente uma desaceleración no comércio de bens e serviços e isso evidentemente também afecta a nossas empresas", tem indicado. Não obstante, tem explicado que há indicadores positivos de internacionalización da economia, como a não perda de competitividade diferencial como consequência dos incrementos da inflação, a importância dos serviços não turísticos e o alto potencial da digitalização destes.
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