Contratar uma hipoteca a um tipo fixo de l3,8 % seria rentável para os hipotecados a futuro no caso de que o Euríbor experimente uma senda pessimista e chegue a atingir os níveis que se observaram dantes da crise de 2008, segundo indica o comparador iAhorro num relatório publicado nesta quarta-feira.
Uma TIN (taxa de juro nominal) fixa ao 3,8% é um tipo bastante elevado, pelo que para ser rentável em frente às hipotecas variáveis (que pese a sua flutuação, costumam ter taxas de juro mais baixas que as fixas) dever-se-iam dar uma série de condições que façam que o Euríbor experimente uma senda pessimista ao alça nos próximos anos.
Até 50.000 euros de poupança ao assinar uma hipoteca fixa ao 1%
A simulação de iAhorro contempla a previsão do Governo de que a taxa de referência seguirá em 3% ao menos até 2028. Para os seguintes anos, o comparador tem decidido incluir na simulação nos piores anos dantes da crise, quando a taxa chegou a estar em 4,564%.
Tendo em conta esta simulação, uma hipoteca a tipo variável do Euríbor mais um diferencial de 0,99%, com um principal de 150.000 euros e um vencimento a 20 anos, acabaria obrigando aos hipotecados a pagar 64.795 euros sozinho em interesses. Em caso que o empréstimo contratado fosse fixo a uma taxa de juro de 1%, como os que se viam faz um ano, somente pagaria 15.561,95 euros de interesses.
Hipoteca-a variável, "um produto instável que há que conhecer"
Na situação actual, com tipos entre o 3% e o 4%, inclusive uma hipoteca ao 3,8% seria rentável para os hipotecados, desde que o Euríbor experimente a senda negativa que pressupõe iAhorro.
"Em 2022 era muito fácil conseguir uma hipoteca fixa que tivesse um tipo inferior ao 3,8%, pelo que, se a história se repete e voltamos a reviver nos piores anos do Euríbor, quem se decantó então por uma hipoteca fixa tomou melhor decisão que quem assinou uma hipoteca variável", tem valorizado o director de Hipotecas do comparador, Simone Colombelli. "Hipoteca-a variável é um produto instável e que há que o conhecer bem dantes do contratar e não olhar só como nos vai afectar encurto prazo, sina também em longo prazo", tem agregado o experiente.