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Ministério da Saúde confirma a alta proteção dos cremes solares da Isdin
A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde dá luz verde à loção da empresa para que continue no mercado
O Ministério da Saúde confirmou a alta proteção de dois cremes solares da Isdin e da Ladival, mas sentenciou cinco protetores solares de outras marcas cujas propriedades diferem do que diz o rótulo. A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS) deu o seu veredito depois de uma segunda prova à qual submetiu estas loções, depois de solicitar no início a sua retirada voluntária do mercado.
Os dois cremes absolvidos depois da revisão foram o Isdin Fotoprotector Fusion Water SPF 50 (lote 93041F) e o Ladival pele sensível FPS 50+, da Stada (lote 93845). O primeiro obteve um valor médio de FPS muito próximo de 50, concretamente, 46,3. E o segundo, atingiu 46,6, tal como afirma o Ministério da Saúde. De acordo com a informação da Isdin, esta tiragem foi distribuida em 2020, pelo que se estima que não haja atualmente unidades disponíveis no mercado. A Ladival também esclarece que não colocou esses lotes à venda.
Isdin está salva
"Como farmacêuticos confiamos nos laboratórios, e a verdade é que a Isdin chocou muitíssimo porque é uma empresa referência na proteção solar a nível mundial e em Espanha sobretudo", explica Berta Estrada, farmacêutica, especializada em cosmética e dermofarmácia, em conversa com a Consumidor Global.
O laboratório remeteu até nove estudos à AMEP para constatar que o seu creme tinha um FPS de 50. Por isso, o Ministério da Saúde comunicou que "não é necessário retirar outros lotes do produto e que, portanto, pode continuar a sercomercializado em Espanha ". A agência acrescenta, além disso, que não se verificaram incidentes por queimaduras solares relacionados com nenhum destes dois produtos (Isdin e Ladival) ao Sistema Espanhol de Cosmetovigilancia". Ainda que insiste na "necessidade de dispor de um método de medida robusto para a determinação do FPS, que gere mais confiança ao cidadão".
Não eram protecção 50+
Agora, com a Isdin e a Ladival de fora, o Ministério da Saúde analisa à lupa 12 cremes, ainda que entre uns e outros há algumas variações. Por um lado, estão os que reivindicavam uma proteção 50+ e obtiveram um valor FPS inferior a 60. Mais especificamente são:
- Lhes Cosmetiques sun ultimate sensitive SPF 50+ spray solar peles sensíveis, da Shoppings Carrefour.
- Belle&Sun bruma solar invisível FPS 50, da Perseida Beleza.
- Farline spray solar SPF 50+ 200 ml da Comercializadora de Produtos Farmacêuticos S.A.
- Babaria solar bruma protectora SPF 50, da Berioska.
- Seesee spray solar transparente SPF 50+, da Cosmetrade.
- Piz Buin hydro infusión creme solar em gel SFP 50 Protecção alta, da Johnson & Johnson Santé Beauté.
- Ladival pele sensível FPS 50+, da STADA Arzneimittel AG.
- Lancaster sun sensitive luminous tão creme confort SPF 50+, da Coty.
Estas "obtiveram valores de FPS entre 30 e 49,9 considerando um FPS dentro do intervalo de eficácia da categoria de proteção alta". Por isso, a AEMPS determinou a "retirada voluntária dos lotes e a solicitação de ensaios adicionais", tal como fez a Isdin e a Ladival.
A pontuação mais baixa
Por outro lado, há uma série de produtos que obtiveram um FPS inferior a 29,9, "que corresponde a uma categoria de proteção média", afirmam do Ministério da Saúde, e que se vendiam como proteção solar 50.
Nestes casos, a AEMPS instou as empresas à retirada voluntária dos lotes e sem a oportunidade de fazer mais provas para se defenderem. As marcas que obtiveram 29,9 são:
- Abelay Protector Solar FPS50, da Ab7 cosmética.
- Mussvital fotoprotector spray aerosol ultra light 50+, da Peroxfarma.
- Eucerin sun protection sensitive protect sun spray transparent dry touch SPF 50 alta, da Beiersdorf AG; Hawaiian Tropic Silk Hydratation Bruma Solar air soft SPF 50+ (Alta), de Wilkinson Sword.
- Australian gold SPF Botanical SPF 50 continuous spray, da Biorius.
Perda da confiança?
Nas palavras da farmacêutica Estrada, os trabalhadores de saúde ficam com "cara de tonto" quando saem estas publicações, já que lhes é muito difícil "convencer as pessoas a utilizarem creme solar".
A especialista afirma que os cremes de proteção solar são produtos "caros", testados em laboratórios e que, em regra geral, geram uma verdadeira confiança no consumidor. Apesar disso, Estrada fica com a boa leitura da notícia e insiste que "com esta polémica ficou demonstrado que a AEMPS controla o que se está a comercializar e isso é um alívio".
Nivea e Garnier, em destaque
À margem disso, este verão, a Consumidor Global denunciou a pouca eficácia dos cremes solares da L'Oréal Ambre Solaire Clear Protect Spray SPF30 da Garnier (200 mililitros ao redor de 14 euros) e do Kids Protect & Care SPF50+ Spray para crianças da Nivea (também a embalagem de 200 mililitros, por 10 euros).
A associação de consumidores mais importante do Reino Unido, Which, emitiu um comunicado sobre estes produtos, com a mensagem direta e concisa de "don't buy". Por isso, este meio fez eco do escândalo que assolou o país anglo-saxão e publicou uma reportagem com a denúncia. A AEMPS pôs-se em contacto com a Consumidor Global e determinou que se se confirma que foram comercializados em Espanha, "iniciar-se-á uma investigação e tomar-se-ão as medidas que sejam necessárias".
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