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Infecções sexualmente transmissíveis (IST): quais são as mais perigosas e porque estão a aumentar?
Algumas das infecções mais antigas estão novamente a propagar-se na população e é fundamental compreender quais são e quais são os métodos de prevenção mais eficazes.
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) estão na ordem do dia. Felizmente, já não são tabu e a medicina está cada vez mais empenhada no tratamento destas doenças.
Embora sempre tenham sido conhecidas como Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), cada são mais os especialistas que optam pela abreviatura ITS. É assim que lhes chama o Dr. Javier Cambronero Santos, Chefe do Departamento de Urologia do Hospital Quirónsalud San José e do Centro Médico Quirónsalud Valdebebas.
O que é uma ITS?
Para compreender a situação atual das ISTs, é preciso primeiro saber o que são. Cambronero explica que se trata de infecções virais, bacterianas ou parasitárias que são transmitidas através do contacto sexual.
"É necessário precisar que qualquer mucosa de natureza sexual (do pénis, da vagina, da boca, do ânus e do reto) pode transmitir ou ser recetora de uma destas infecções, contrariamente à crença generalizada de que o sexo oral não requer proteção", acrescenta.
As ITS mais perigosas
As infecções sexualmente transmissíveis mais nocivas são aquelas para as quais ainda não existe cura. De acordo com o especialista do Quirónsalud, este seria o caso do VIH e da hepatite. Por outro lado, outras podem produzir sequelas importantes, como a uretrite ou a sífilis, se não forem tratadas numa fase precoce.
Apesar de todos os meios actuais de prevenção das IST, estas continuam a aumentar. O Dr. Cambronero afirma que os principais factores por detrás deste fenómeno não são outros senão a falta de conhecimento das doenças, o consumo de álcool e drogas juntamente com as relações sexuais, a falta de medidas de proteção como os preservativos e a mudança frequente de parceiros sexuais.
O que fazer se pensas que tens uma IST
O grupo de população mais vulnerável às ITS são os adolescentes e jovens. A falta de conhecimento ou o consumo de álcool e drogas, tal como argumenta o médico de Quirónsalud.
Se alguém suspeitar que pode ter contraído uma IST, o Cambronero aconselha-o a consultar um médico antes de tomar qualquer medicamento. Esta é a única forma de estabelecer um diagnóstico e um tratamento específico. Se a suspeita for confirmada, é de importância vital contar a todas as pessoas com quem se teve relações sexuais recentemente.
Falsas crenças sobre as IST
As IST foram, durante muitos anos, um assunto tabu sobre o qual se criaram inúmeras crenças falsas. Embora atualmente seja um assunto natural, muitas pessoas ainda vivem na ignorância e continuam a acreditar nestes mitos. . O doutor Cambronero desclarece que a aparência física não tem nada a ver com o facto de ter ou não ter uma IST. "Com apenas um contacto de risco já podemos estar infectados e não faz sentido considerar que algumas pessoas são "mais suspeitas" do que outras", acrescenta.
O segundo mito é pensar que "o sexo oral evita as ITS, coisa totalmente falsa". Por último, o especialista insiste que já é hora de deixar de achar que só é perigoso no mundo da prostituição. "Às vezes os trabalhadores/as do secor realizam revisões frequentes e estão mais preparados em meios e conhecimentos que a população geral", conclui o perito.
A educação sexual, um fator chave na prevenção
Em Espanha estão a reaparecer velhas ITS que até agora se tinham visto pouco. Cambronero menciona a sífilis. "As infecções por HPV, clamídia e micoplasma também aumentaram muito", diz.
Para prevenir as IST, tanto o uso do preservativo como a educação sexual são essenciais. De facto, em relação a esta última, o médico de Quirónsalud sublinha que "é a única forma de as erradicar, e os pais e as escolas devem começar a ensiná-la antes de as crianças iniciarem a sua atividade sexual". O último ponto-chave sobre o qual o especialista se debruça é "facilitar o acesso ao preservativo no seio da família ou socialmente, que é o meio de proteção mais útil".
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