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Heineken desculpa-se por aumentar o seu negócio na Rússia apesar da guerra e promete rectificar

O grupo cervejeiro utilizou a marca Amstel e aproveitou as saídas do país da Coca-Cola ou Pepsi para lançar novos refrigerantes

Juan Manuel Del Olmo

Várias cervejas da marca Heineken / UNSPLASH

A cervejeira Heineken pediu desculpas depois da polémica gerada em torno da sua divisão russa, que lançou novos produtos no último ano apesar da guerra na Ucrânia, aumentando deste modo o seu negócio. Agora, a Heineken afirmou que mantém a sua "promessa de deixar a Rússia" quando fechar um acordo com um novo proprietário antes do verão.

Trata-se de um mercado importante para a empresa: a Heineken está à 20 anos na Rússia e o negócio no país representa cerca de 2% das suas vendas globais. Num comunicado publicado no seu site, a Heineken afirmou que lamenta se a promessa de abandonar a Rússia provocou "perguntas e inquietudes sobre as nossas intenções" mas que, consideram, não são ambiguos face a este tema.

Substituição da marca Heineken por Amstel

No entanto, a Heineken, que retirou a marca do mercado russo mas substituiu-a com novos produtos como as variantes da Amstel,  reconheceu que deveria ter sido "mais clara sobre a necessidade de introduzir novos produtos" e que "as perguntas propostas ao respeito são compreensíveis".

Cerveja Amstel / UNSPLASH

"Damos-nos conta de que isto criou ambiguidade e dúvidas sobre a nossa promessa de abandonar a Rússia. Pedimos desculpas por isto", acrescentaram. Estas desculpas chegam após que a plataforma de investigação jornalística Follow the Money (FTM) denunciasse que a Heineken continua a investir na Rússia, onde aumentou o seu negócio depois da retirada de marcas como Budweiser e Carlsberg.

Vender o negócio "na primeira metade de 2023"

Segundo a FTM, a cervejeira lançou pelo menos 61 novos produtos ao longo do ano passado, apesar de prometer que deixaria o país. Além disso, a Heineken teria aproveitado a saída da Coca Cola e da Pepsi para introduzir refrigerantes sem álcool. Por isso, agora afirmou que "trabalha arduamente para vender o negócio" , e quer consegui-lo "na primeira metade de 2023".

Tropas ucranianas preparam-se para disparar / EUROPA PRESS - MADELEINE KELLY / ZUMA PRESS / CONTACTOPHOTO

Além disso, justificou a sua permanência na Rússia com o argumento de "assegurar o sustento futuro" dos seus quase 1.800 empregados nesse país, que sofreriam as consequências de uma suspensão ou detenção repentina das actividades da Heineken porque "o negócio irá rapidamente rapidamente". É uma estratégia semelhante à da Alcampo, que também não cessou as suas actividades no país governado por Vladimir Putin e, ainda, foi acusada de doar víveres às tropas russas.