A multinacional Puig, de perfumes e moda, tem apresentado nesta quarta-feira 28 de abril seus resultados de 2020, um ano marcado pelo Covid. A pandemia tem lastrado os benefícios da companhia até o ponto de que o grupo tem registado umas perdas de 72 milhões de euros, enquanto em 2019 obteve uns benefícios de 226 milhões de euros.
Mais especificamente, Puig tem facturar no último exercício 1.537 milhões de euros, um 24 % menos que em 2019, quando a facturação foi a mais de 2.000 milhões de euros. Em termos orgânicos, as vendas afundaram-se um 32 %. Neste sentido, Marc Puig, CEO da companhia, tem sublinhado que se trata do "pior ano de nossa história", já que o confinamiento e o distanciamiento social têm feito que "a gente use menos produtos de perfumaria , de cosmética e de roupa , que são nossa principal actividade".
Tendências e marcas
O descenso das vendas viu-se algo freado, até verdadeiro ponto, por Charlotte Tilbury, a marca de luxo britânica de produtos cosméticos que Puig incorporou a sua carteira em junho de 2020. Nesta linha, Puig tem destacado que "temos visto um crescimento maior em cosmética e maquillaje que em perfumaria devido ao auge dos smartphones e as novas tecnologias".
Assim mesmo, Puig tem justificado esta mudança de tendência em que "o que entra pelo olho é traduzível para o mundo on-line e as redes sociais, enquanto o que entra pelo sentido do cheiro não o é". Também tem remarcado que, apesar da crise, Paco Rabanne e Carolina Herrera, na divisão de perfumaria, bem como Charlotte Tilbury, na de maquillaje e Uriage, na do cuidado da pele, seguem sendo as marcas mais vendidas da multinacional. Em contraposição, Puig tem apontado que um dos produtos que mais tem reduzido suas vendas pelo uso da mascarilla tem sido o pintalabios, mas "têm aumentado as vendas dos produtos para os olhos".
Expansão on-line e previsões de futuro
A multinacional tem duplicado sua presença on-line em 2020. Mais especificamente, em 2019 as vendas digitais supunham um 13 % do total e no ano passado representaram um 28 %. Ainda assim, o presidente de Puig tem reconhecido que "a penetração on-line segue sendo baixa no sector da perfumaria".
Assim mesmo, outro dos aspectos que precisa melhorar o grupo, segundo Puig, é sua penetração no mercado chinês, que só representa o 8,7% do negócio total. No entanto e pese aos números negativos de 2020, o CEO da companhia mostrou-se optimista face ao futuro: "Em 2023 temos a previsão de duplicar o negócio e facturar 3.250 milhões de euros, e triplicarlo em 2025", tem assinalado.