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Grietas na segurança de Apple: roubam-lhe o iPhone com bloqueio facial e esvaziam suas contas
Uma consumidora denuncia que, depois de sustraerle o móvel, os ladrões puderam burlar suas senhas e aceder a suas poupanças em muito pouco tempo
Em seu site, Apple proclama que "o iPhone está desenhado para proteger teus dados e tua privacidade". Directo, ambicioso. Não é que a segurança seja uma de suas características principais, sina que o próprio desenho teria esse objectivo. Há outro lema mais categórico: "Privacidade. Isto é o iPhone", asseguram também, como se fosse não sozinho santo e senha, sina sua esencia. Não obstante, parece que neste muro infranqueable existem pequenos ocos.
O passado 28 de maio, a Lydia Alonso roubaram-lhe seu iPhone. Ela tinha seus cartões bancários no móvel, incluída Apple Pay, e sua decepção foi maiúscula quando descobriu que, apesar de que Apple leva por bandeira a segurança de seus produtos, os ladrões puderam aceder a suas contas.
Duplo autentificación e códigos pessoais
Supõe-se, conta Alonso a este meio, que Apple Pay funciona por código e Face VÃO, isto é, reconhecimento facial, mas os delinquentes conseguiram sortear estas barreiras e entrar. "Apple vende seus produtos assegurando que a informação que tenhas dentro (cartões bancários, etc.) estará segura, mas a mim, ainda que as tinha protegidas com códigos pessoais e duplo autentificación de meu banco, não me funcionou", relata.
"Puderam-nas usar livremente, gastando 3.000 euros, até que as desactivei", acrescenta esta consumidora, que lamenta como os ladrões "aproveitaram as horas que estive na polícia o denunciando para me sacar o dinheiro". A raiz disto, sua confiança nos sistemas de Apple tem mermado. "Nenhum smartphone é seguro por mais que te vendam a moto", opina.
Sem explicação clara de Apple
Ademais, apesar de que tem pedido explicações, Apple não lhe deu a Alonso nenhuma resposta satisfatória. Contactou com a companhia de Cupertino depois do roubo para consultar que tinha podido ocorrer, e trocou uma série de mensagens com um empregado ao que perguntou que passos devia seguir. Tramitou uma queixa através do link que lhe passaram, mas nunca lhe enviaram uma cópia.
Nessas mensagens, que Alonso tem mostrado a este meio, o trabalhador de Apple chega a dizer que "efectivamente, é muito raro que tenham podido aceder a teu iPhone sem ter informação de tua conta ou senhas", e lhe recomendou mudar a sua, algo que ela, por suposto, já tinha feito.
"Não me devolveram o dinheiro"
"Do banco também não devolveram-me o dinheiro (já avisaram-me que costumam demorar mínimo uns 45 dias) e também não me chamaram os Mossos", diz Alonso. Assim, o enigma de que pôde ocorrer continua sem se resolver. A polícia disse-lhe simplesmente "que hoje em dia se saltam qualquer sistema de ciberseguridad, incluído o Face VÃO". A seu julgamento, o roubo de seu iPhone não estava premeditado, sina que foi por casualidade: dentro de uma loja, os ladrões viram que ela sacava o móvel e o guardava no bolso, e decidiram lho tirar.
Samuel Parra, advogado especializado em direito tecnológico, tecnologia relacionada com a informática e transparência, acha que teve que ter algo mais. A experiente conta a este meio que "romper os contêiners de segurança de Apple é algo que não está ao alcance de qualquer ladrão de pouca monta. Acho que há poucas pessoas que possam o conseguir", aponta. "Por minha experiência em ciberseguridad doméstica, isto é, no âmbito dos utentes, quando ocorrem coisas assim, a vítima costuma pensar que detrás há hackers muito habilidosos, mas é mais comum que tenha tido algum tipo de infecção interna prévia", relata.
Acesso prévio aos dados
Assim, a julgamento de Parra é possível que, dantes do roubo, a vítima clicasse sem querer em algum banner ou que, por algum motivo, alguma de suas senhas se filtrasse, de modo que os ciberdelincuentes tivessem conseguido os dados de acesso a seu telefone dantes de efectuar o hurto. Isso implicaria mais complexidade, porque significaria engenharia social: os ladrões teriam escolhido e estudado a Alonso.
Fizessem-no ou não, outros consumidores têm vivido situações similares e têm feito público seu mal-estar por redes sociais. Não são muitos casos, mas estão aí. "Como pode ser que Apple se jacte de ter os móveis mais seguros do mercado e em menos de uma hora acederam a minha iPhone 11 com senha e me roubaram os dados de iCloud ? Nem sequer posso bloqueá-lo chamando a 'ajuda ao cliente'. 0 ajuda", escreveu em 2021 um internauta.
Decepção com a segurança
Na mesma linha, uma tuitera costarricense dizia estar "totalmente decepcionada" com a segurança dos dispositivos de Apple. "Roubaram-me o celular e não consegui rastrearlo porque os ladrões conseguiram ingressar a minha informação, restabelecer o iCloud ainda que estivesse bloqueado. Perdi meu telefone e meus dados", lamentava.
Outra possibilidade que explicaria o acesso dos ladrões aos dados seria que, no momento do roubo, Alonso tivesse as contas abertas. "A meu casal roubaram-lhe um iPhone 13 Pró da mão, desbloqueado, e em 15 minutos levavam 3 transferências quando o bloqueamos. E quando pôde recuperar seu Apple VÃO 2 meses depois (não o faz fácil Apple se não tens tudo deles), tinham numa nota seus dados de acesso", conta outro tuitero.
Sem resposta da companhia
Estes depoimentos, ainda que escassos, permitem questionar se Apple exagera com a cacareada segurança de seus dispositivos. Consumidor Global tem perguntado ao com respeito à companhia californiana, mas, ao termo desta reportagem, não tem obtido resposta.
No final de 2022, dois pesquisadores da companhia de software Mysk descobriram que Apple, apesar de que assegura não o fazer, recopila informação pessoal dos utentes de iPhone, conhecendo assim seus gustos, sua ideologia ou seu estado de saúde.
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