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Fecha o Mobile mais descafeinado: entre a crise dos chips e menções a uma rede 6G inexistente

A feira tecnológica que se celebra em Barcelona põe fim à edição mais local e híbrida de sua história com a mirada posta já no 2022

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O Mobile World Congress 2021 tem chegado a seu fim. Nesta edição, a médio gás, notou-se a ausência de grandes companhias como Nokia, Samsung ou Ericsson e isso tem feito que tivesse um carácter mais local. As startups espanholas, por outro lado, têm conquistado o recinto a Fira de Barcelona e têm sido as protagonistas indiscutibles do evento.

Não obstante, como tem reconhecido Dino Flore, vice-presidente de Qualcomm "the show must go on" --o espectáculo deve continuar-- e tem feito um balanço dos desafios tecnológicos que ainda ficam para este ano. O fabricante de chips tem recordado o desabastecimiento e escassez de semiconductores que está a afectar a várias indústrias, incluída a do móvel. "O sucesso do 5G está a criar uma escassez de componentes", tem dito ao respeito, no entanto, tem querido sublinhar que "se trata de um desafio temporário e que estará solucionado para o próximo ano".

Faz sentido falar já do 6G?

"A brecha digital não está a melhorar e a metade da população mundial não está conectada", tem alertado Nicolas Zibell, director de Negócios de Kaios Technologies, sobre as menções que já se fazem a uma rede 6G mundial. Mas dantes de avançar com esta tecnologia é necessário garantir uma boa conexão em todas as áreas e zonas. "O problema não é a conexão ou não dispor de cobertura, sina que algumas pessoas não possam se permitir um dispositivo ou os dados em si", tem assinalado nesse sentido Eugina Jordan, vice-presidenta de marketing de Parallel Wireless. A tecnologia, segundo Jordan, deve ser inclusiva e, por tanto, os fabricantes, as operadoras e os governos devem igualar este ecossistema digital.

Com tudo, falar já do 6G é pouco realista e, ainda que parece que a cada companhia tem seus planos ao respeito, todas compartilham uma inquietude parecida ao se imaginar este futuro. "Ainda entramos em 5G, mas esta indústria nunca para e por isso devemos olhar para o 6G", sublinha Flore.

O despliegue do 5G e a experiência do consumidor

"A indústria não tem feito um bom trabalho à hora de apresentar a rede 5G", tem criticado Ronny Haraldsvik no acto de clausura do MWC 2021 o vice-presidente de marketing de Cohere Technologies. Segundo ele, a mudança do 3G ao 4G foi muito grande, mas o salto do 4G ao 5G não tem sido o suficientemente significativo no que a experiência de utente se refere.

Para Haraldsvik, os casos práticos mais destacados com esta tecnologia de quinta geração pertencem ao âmbito indústria e o repto actual está em convencer à população de que a tecnologia 5G favorecer-lhes-á. "Entender que o 5G é mais que uma rede, é uma transformação em si", tem acrescentado Flore.

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