Nem uma semana se passou desde aquela manhã de nervosismo e excitação. Saltar da cama e caminhar rapidamente para o canto da casa onde vários maços embrulhados em papéis diferentes e coloridos são empilhados tornou-se um ritual partilhado na maioria das casas. Aqueles bonitos pacotes acabam rasgados e espalhados pelo chão ao descobrir o mistério. Mas alguns deles podem transformar-se em desilusão porque, de tempos a tempos, os Três Reis Magos não conseguem acertar. Um disimulado sorriso oculto o erro, mas, dada a margem de cortesía, qual é a melhor opção para te desfazeres deste erro?
Um dos passos mais comuns passa por trocar ou devolver o presente, algo simples com o recibo de compra ou um recibo presente. Nos últimos anos as lojas online têm simplificado os processos, pelo que já não é um pesadelo retornar um artigo comprado pela internet. No entanto, esta preferência está sujeita a esse recibo ou a um prazo para a devolução, pelo que poderia não haver forma de o devolver.
O mercado de segunda mão
Quando é impossível devolver esses presentes ou, directamente, se tem a inclinação a conseguir um dinheiro extra com eles, está a opção dos vender através do mercado de segunda mão. Esta venda ou leilão em lojas online conhece-se pelo termo em inglês regifting, e está a ganhar popularidade. De facto, segundo a pesquisa elaborada pela Milanuncios a 1.000 utilizadores, realça que 32% aposta nesta modalidade.
O porta-voz da plataforma, Íñigo Vallejo explica à Consumidor Global que na Milanuncios se está a dar uma segunda vida e se está a aproximar o produto de novos utilizadores que sim que vão fazer uso dele, "muito melhor que deixá-lo num canto a apanhar pó". Além disso, o porta-voz explica que esta opção repercute positivamente no meio ambiente e contribuem para a economia circular.
As vantagens e desvantagens
Desta forma, os produtos que se compram na Amazon e depois são devolvidos "destroem-se ou vão para um mercado paralelo de venda de lotes de produtos usados", indica à Equipa de Investigação Jordi Ordóñez, consultor de Comércio Electrónico. "Quando vendemos um produto na Milanuncios estamos a alongar a vida útil de um produto e, por isso, a evitar o fabrico de um novo e portanto o uso de matérias-primas como plásticos ou metais, além de evitar a geração de gases de CO2 emitidos para a atmosfera neste processo produtivo", diz Vallejo.
Em 2021 o mercado de segunda mão poupou a emissão de 1,4 milhões de toneladas de CO2 e isso é em parte graças a todas as pessoas que põem à venda produtos em vez dos atirar para o lixo ou de os abandonar por casa. No entanto, esta opção também apresenta desvantagens. Para o consumidor, requer tempo para colocar os anúncios e negociar com os vendedores. Também está o reverso da preocupação que implica a preocupação do transporte e a confiança do comprador.
Devolução à loja
No caso de querer devolver o presente à empresa respectiva há que ter em conta alguns fatores. A maioria estabelece um período de devolução, conquanto, não estejam obrigadas a isso. Por exemplo, o Carrefour, dá 15 dias de prazo para devolver um produto desde que esteja na sua caixa original.
O mesmo sucede na Zara, que dá um mês para fazer trocas e devoluções. Durante muitos anos, El Corte Inglês foi a única empresa que admitia devoluções e trocas como parte da sua política comercial, ainda que hoje em dia quase todas as empresas o fazem.
As vantagens e desvantagens
A lei de devoluções de Espanha dá carta livre aos estabelecimentos: eles decidem se há prazo de devolução, os requisitos como apresentar recibo ou não, e o modo a proceder essa devolução. Isso sim, tudo isso salvo excepções. Se o produto apresenta algum tipo de defeito, o vendedor está obrigado a aceitar essa troca.
No caso das compras através da internet, a lei é completamente diferente. Os consumidores contarão com um período legal de desistência de 14 dias úteis desde que o produto chega a casa. O estabelecimento estará obrigado a reembolsar todo o dinheiro e não poderá obrigar a uma substituição por outro artigo ou um vale de compra. No entanto, ainda que estejam obrigados a devolver as despesas de envio iniciais, podem obrigar a pagar as despesas de envio a partir de casa do cliente até à sede da companhia.
Então, o que é melhor?
Por último, convém assinalar que também está a opção de doar aquele presente a uma ONG para que acabe nas mãos de alguém que o precise.
"Não é que seja melhor vender o presente através do mercado de segunda mão que o devolver ou o doar, todas as opções são válidas, o que ocorre é que muitas vezes recorremos a aplicações como a Milanuncios simplesmente porque não temos forma do devolver ou não queremos ter que pedir à pessoa que nos deu, para não ferir sentimentos", diz Íñigo Vallejo.