"Alguém me pode explicar esta tentativa de fraude da eDreams ? Deu-me um preço e quando coloquei os dados, vou à página de pagamento, meto o meu número de cartão e aumentam-me o preço em 60%. Se não te dás conta, pagas", queixa-se M. Martínez. É que, a agência de viagens sobe desmesuradamente o custo dos bilhetes se o cliente não paga com este cartão pouco habitual: o Viabuy Mastercard.
A. Romero não se deu conta da advertência da eDream em letra pequena e colocada num canto da página e acabou perdendo quase 100 euros. "Cliquei em comprar em 633 euros e cobraram-me 732 euros. Depois vi sobre o cartão Viabuy, mas em nenhum momento me informaram do preço final cobrado", lamenta este utilizador.
O que é o cartão Viabuy?
A plataforma, desta forma, condiciona o consumidor na hora de pagar, já que oferece um preço mais baixo se se adquire os bilhetes com o cartão Viabuy que com um clássico e conhecido como o Visa, o MasterCard, etc. Este cartão de pré-pagamento emitido pela Mastercard, apresenta-se como uma alternativa ao de crédito, tem um custo de emissão de 69,90 euros e uma quota anual de 19,90 euros.
No entanto, apresenta alguns inconvenientes, pois está limitado a uma compra a cada três meses na eDreams, por comprador, passageiro ou número de cartão. "A sua prática habitual é anunciar-te, como gancho, um preço, evidentemente mais baixo que em nenhum lugar, por pagar com um cartão pouco habitual. Se pagas com um cartão normal, sobe-te o preço e é mais caro inclusive que no site da companhia aérea", destaca J. H.
A Consumidor Global fez o teste
Este meio realizou o teste. A equipa da Consumidor Global elegeu como destino Amsterdão, de 27 a 29 de janeiro, dois bilhetes com hotel incluído. Ao todo, o preço final é 447,83 euros. Ou isso parece. Efectivamente, ao acrescentar o cartão bancário Visa, o custo transforma-se automaticamente em 524,84 euros. Isso sim, convém destacar que sob da indicação do preço total, a eDreams notifica que a diferença devese ao tipo de cartão que se use na hora de realizar o pagamento.
No entanto, Diego Rodríguez Rodríguez, economista da Universidade Complutense de Madrid e perito em comércio electrónico, considera que trata-se do momento em que a plataforma aproveita para introduzir a comissão por gestão. "Isto é, que não é uma comissão pelo pagamento com cartão senão uma comissão pela intermediação no serviço. O problema poderia existir se não há transparência ou não fica claro para o cliente que tem que pagar essa comissão e pensa que, por exemplo, quando procura um bilhete de avião na plataforma esse é realmente o preço final que vai pagar", explica Rodriguez.
A postura da eDreams
Por sua vez, a eDreams limita-se a afirmar a este meio que "não realiza este tipo de práticas". Mas, as queixas sobre esta agência abundam nas redes sociais. De facto, no Facebook há um grupo que leva por título eDreams Jamais que soma mais de 4.100 membros de diferentes países. Por sua vez, no Twitter podem-se encontrar, sem exagerar, centenas de críticas.
"Isso é uma fraude", "É uma autêntica vergonha" ou "São uns ladrões", são alguns dos comentários que se encontram no Twitter com respeito à subida de preços por utilizar um cartão bancário habitual. "Há que reclamar por escrito à agência correspondente, dizer-te-ão que eles não são, mas igualmente reclama. A mim aconteceu-me o mesmo, e pagaram-me o dinheiro em dias", conclui com este conselho Ramses D´Elia, mais um afectado neste caso.