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Digi saca de quicio aos clientes: a companhia telefónica tenta cobrar duas vezes as facturas
Um utente relata seu calvario com a empresa de telecomunicações, que lhe exige o pagamento de três recebidos já cobrados
As companhias de telefone e internet podem chegar a ser muito molestas. Se não é uma permanência que não tem fim, é uma factura que asseguram que não têm cobrado. O caso é que são muitos os clientes que acabam tendo problemas com a empresa contratada.
Vodafone, Orange, Jazztel, Yoigo… A lista de entidades é tão ampla como queixas existem. Mas, nesta ocasião, a protagonista é Digi. A empresa de telecomunicações tem desquiciado a um utente depois de reclamar-lhe 90 euros por umas facturas que já estavam pagas.
A primeira reclamação
Jesús Alfonso S. era um cliente de Digi até o passado mês de dezembro, quando começou seu calvario. Segundo relata o afectado a Consumidor Global, tinha uma quota fixa com a companhia telefónica de 29,99 euros.
Em novembro, a factura que se emitiu foi de 28,71 euros. Uma vez pago o recebo, "chegou outra mensagem informando que tinha outra factura desse mesmo mês de 30 euros", conta o afectado. O afectado ofereceu-se a pagar a diferença (1,28 euros), algo que recusou Digi.
"Onde está essa factura?"
O que começou sendo uma reclamação de 30 euros tem terminado chegando a 90 euros. O motivo? Digi informa-lhe a Jesús Alfonso S. que deve os recibos de setembro a novembro. Três meses "que já paguei em seu momento". "Mandei-lhes todos os extractos bancários que me pediram e, mesmo assim, seguiam negando que tinha pago", acrescenta.
No aplicativo de Digi, Jesús Alfonso saía a par de pagamento de todas as facturas. Algo que alterou para um estado de "pendente" à medida que no mês de dezembro avançou, segundo relata o afectado. "Eu tinha abonado 28,71 euros e me dizem que não o paguei. Depois disseram-me que era de um recebo anterior mas onde está essa factura?", lamenta.
Mudança de companhia
Ante tal panorama, Jesús Alfonso negou-se a pagar. Os 90 euros que Digi lhe reclamava somado a outros 28,71 somam um custo total de 118,71 euros. "Estavam a reclamar-me três meses que já tinha pago. Não o vejo nem normal nem lógico", sustenta.
É por isso que Jesús Alfonso S. decidiu mudar-se de companhia deixando a factura de dezembro pendente de pagamento. "Foi algo inesperado porque não tínhamos tido nenhum problema com Digi até estas datas de Natal, que começou tudo isto", explica.
Colar despesas inexistentes
Tentar colar despesas que não existem é uma prática que poder-se-ia estar a dar em companhias pequenas como Digi. Explica-o a este meio Ruth Almaraz, advogada e professora em OBS Business School. "Há um 50% dos clientes que não vão olhar as domiciliaciones bancárias", detalha a jurista.
Em qualquer caso, esta experiente aconselha contratar companhias telefónicas que sejam transparentes mas que não imponham permancias. "Aí sim que não vai ter problemas", reafirma. Mas chegados ao caso, como lhe ocorreu a Jesús Alfonso S. com Digi, o extracto bancário é uma prova sólida para demonstrar o pagamento.
À lista de morosos
Quando os utentes deixam facturas pendentes de pagamento, as companhias telefónicas não duvidam nos incluir em listas de morosos. Este é o risco que corre Jesús Alfonso S. Um calvario que, se se demonstra que a inclusão tem sido injusta, se pode iniciar outra reclamação contra a companhia. "Por protecção de dados", justifica Almaraz.
Consumidor Global tem perguntado a Digi pelo caso do afectado. No entanto, limitam-se a dizer que estão comprometidos com todos seus clientes e, respeitando a privacidade dos mesmos, "não entramos em detalhes de situações concretas".
Como reclamar
Os utentes dispõem de três meses para apresentar suas queixas ante uma Junta Arbitral de Consumo. Não obstante, o primeiro passo deve ser reclamar à própria companhia de telefone, neste caso Digi.
O que há que evitar por todos os meios é chegar à via judicial. O motivo? "Demoram muito tempo, não te sacam da lista de morosos rapidamente e as juntas arbitrais estão obrigadas a resolver estas situações à maior brevedad possível", conclui a advogada.
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