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Dietas détox e cancro: os bulos sobre saúde mais estendidos em Internet dos que não deves te fiar

Um estudo assinala que um da cada três pacientes não se sente escutado por seu especialista médico, o que lhe pode levar a procurar informação em Internet

Consumidor Global

internet ordenador

Os bulos sobre saúde estão a cada vez mais estendidos, e a pandemia tem acelerado esta tendência. É uma das conclusões do I Estudo sobre Bulos em Saúde, o primeiro facto a pacientes. Carlos Mateos, presentador do estudo e membro de Saúde Sem Bulos, tem assinalado que as fake news sobre saúde são um verdadeiro perigo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem qualificado de 'infodemia'. "A maior parte da informação sobre saúde que podemos encontrar em Internet é falsa", tem explicado Mateos.

Mas o problema não está só em Internet, sina que a desconfiança está estendida entre alguns pacientes. Nesta linha, o estudo revela que mais da metade dos pacientes interrogados sentem que os especialistas não têm um papel activo na prevenção destes bulos. De facto, "o 50% dos pacientes sai das consultas médicas com mais dúvidas das que entrou", tem revelado Carlos Mateos, o que resulta "preocupante". O experiente tem incidido na importância da comunicação. Face a ganhar-se a confiança dos pacientes, o estudo assinala a importância de olhar aos olhos, escutar e fazer perguntas.

Bulos mais estendidos: remédios caseiros, alimentos milagrosos e dietas

Os palestrantes têm apontado que os bulos mais estendidos giram em torno da alimentação e o papel de determinados remédios caseiros em frente a doenças como diabetes. Mateos tem dito que também há que ter cuidado com os bulos sobre dietas milagrosas (détox, por exemplo) ou supostos alimentos para perder peso que carecem de evidência científicas. Outras mentiras populares são aquelas sobre aditivos perigosos que supostamente produzem cancro ou informação equívoca sobre o coronavirus.

Uma especialista médica fala com um paciente por Internet / PEXELS

O Dr. Fernando M. Navarro Ros, médico de família de uma consulta, tem afirmado que um da cada três pacientes não se sente escutado por seu especialista. Navarro é ademais membro da Sociedade Espanhola de Médicos de Atenção Primária (Semergen), uma entidade que promove a Medicina Geral/de Família, tratando de dar melhor assistência à população. "Os bulos estão presentes em todas as categorias", tem assinalado o experiente, que tem dito que um 36 % dos pacientes tem dúvidas sobre doenças crónicas e um 26 % sobre estilos de vida.

A origem das mentiras: económico e ideológico

"É importante que façamos uma busca proactiva destes bulos e os vamos desmentir", tem dito Navarro, que considera que em Internet "toda a informação está ao mesmo nível". Por isso, convém não se fiar de todo o que aparece em blogs e foros. Quanto à origem destes enganos, Mateos tem dito que "há interesse económico em muitos bulos, sobretudo para gerar clickbait", tem explicado. Também tem mencionado interesses ideológicos, como os de grupos naturistas, na contramão das grandes farmacêuticas; e de ultraderecha.

Por sua vez, Carlos Villaverde, director de operações de Doctoralia , tem exposto que a digitalização no sector sanitário se está a estender. Por isso, os interrogados acham que os profissionais sanitários deveriam ter mais presença em redes sociais, especialmente YouTube e Facebook, para fazer chegar suas explicações e resolver as dúvidas dos pacientes. "Os pacientes procuram informação em Internet, e queremos mais instantaneidad na informação", tem limpado.