Faz umas semanas, os fãs do anime em Espanha receberam uma boa nova: desembarcava em nosso país AnimeBox, uma plataforma de streaming especializado neste pujante género japonês. "Estabelecidos em Espanha, trabalhamos com as melhores revendedoras japonesas e internacionais para oferecer-te um variado catálogo de séries e filmes de animação e imagem real", afirma a companhia em seu site. Conta com vários planos de assinatura , mas a diferença do que ocorre com Netflix ou HBO Max um deles não tem custo algum: Konnichiwa, que em teoria permite acesso gratuito ao simulcast (isto é, às séries de estréia simultânea com Japão).
"Em AnimeBox encontrarás desde os sucessos mais actuais até clássicos imperecíveis, todo isso dobrado ao castelhano e, em muitos casos, também a outras línguas cooficiales do país", proclamam em seu site. No entanto, não todo o anunciado se cumpriu: os amantes do anime afean à plataforma ter proclamado que poder-se-iam ver séries de forma gratuita que agora resultam ser de pagamento.
Mudança de critério
O 12 de abril, AnimeBox publicou um tuit anunciando que o anime Oshi não Ko emitir-se-ia através de sua plataforma para Espanha. Jorge Carrero, experiente em cultura anime, conta a este meio que Oshi não Ko é um manga que desde muito temporão tem tido grande popularidade, escrito por Aka Akasaka, o mangaka (roteirista e desenhista) de Kaguya Sama, um dos mangas e animes mais populares dos últimos anos tanto em Japão como em Occidente. "Por tanto, sempre tem tido muitos seguidores de Oshi não Ko e muita expectativa com sua adaptação ao anime", relata.
Assim, conta Carrero, AnimeBox anunciou nesse tuit do 12 de abril que a série estaria disponível em seu plano gratuito. Agora têm apagado o comentário, mas a ideia inicial era que o primeiro episódio "estivesse disponível de forma gratuita durante toda a semana seguinte a sua saída e o resto de capítulos o estivessem as seguintes 48 horas a partir de sua saída. Essa era a promessa que eles fizeram", descreve.
Uma decisão do licenciador
Este anúncio, indica Carrero, lhes granjeó uma boa publicidade: muitos meios fizeram-se eco do lançamento, porque "conseguir uma série assim de forma gratuita é muito atraente para o consumidor". Mas mudaram de ideia: chegou o 13 de abril, quando estava previsto que saísse em Espanha (um dia após o fazer em Japão) e, tal e como relata Carrero, AnimeBox citou seu anterior tuit se desculpando, já que o primeiro episódio da série só estaria disponível para os que pagassem. "Foi a petição do licenciador", puntualiza este fã.
O licenciador é o poseedor da licença que permite emitir um anime numa determinada região, de modo que neste caso corresponderia a Selecta Visão, que teria negociado previamente com Hidive, a empresa que tem os direitos internacionais (fora de Japão ) de retransmisión do anime de Oshi não Ko. "Ao ser eles os que têm que ceder sua licença a AnimeBox dando seu visto bom, imagino que podem pôr condições tais como que os capítulos sejam de pagamento", aventura Carrero.
Sem explicações a partir do segundo episódio
Mas, tal e como conta, AnimeBox só tem justificado a mudança no primeiro capítulo. "Especificaram que é o episódio 1 o que estaria disponível unicamente com assinatura. De modo que, em princípio, o resto seguia em pé. Mas chegou no dia no que se emitia o segundo episódio e anunciam que unicamente estaria disponível para os planos de pagamento. Tudo isto sem dar nenhuma explicação", expõe.
Assim, a situação é clara: "A plataforma mentiu ao anunciar que poder-se-ia ver gratuitamente a série. Com o primeiro episódio deram explicações dizendo que era a petição do licenciador, com o segundo e sucessivos não têm dito absolutamente nada", considera Carrero.
AnimeBox lamenta "este incidente"
Este meio tem perguntado à plataforma por esta mudança de critério. "Sobre a emissão da série Oshi Não Ko, pelo momento a decisão do licenciador é que este conteúdo não pode se emitir de forma gratuita, sina unicamente baixo assinatura de pagamento. Lamentamos este incidente porque era a intenção da plataforma, tal como se anunciou num início, mas as indicações do licenciador agora mesmo assinalam que não será possível, ao menos com esta série", assinalam escuetamente.
Também reconhecem que tem tido alguns erros de acesso à app de Android , os quais "já estão todos notificados ao serviço técnico e se espera que se solucionem na próxima actualização, que sairá muito cedo".
"É colar-se um tiro no pé"
Em Twitter, esta mudança de critério sobre o que se pode ver grátis e o que não, tem sentado muito mau. "Caís-me bem como empresa e vos desejo o melhor, mas isto não o pudestes gerir pior. Por muito que esteja fosse de vosso controle, prometer simulcast gratuito para depois cobrar por uma estréia MUITO esperada (em cima comprando em exclusiva) é se colar um tiro no pé", explicou um fã.
"Isto está feísimo, não poderíeis o ter facto pior nem querendo. A próxima vez assegurem-vos bem das coisas dantes das dizer a bombo e platillo e, se fazeis mudanças, comuniquem à gente como é devido, que tendes mareado a todo mundo para nada", indicou outra. São muitos os que têm reconhecido que, após esta decepção, verão a série num site pirata.