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Cuidado com os números falsos da Renfe no Google: assim podem tirar-te dinheiro com chamadas
Empresas imitam a companhia ferroviária através de telefones de tarifa premium que aparecem nos primeiros resultados dos motores de busca
Fazer-se passar pela Renfe para gerir uma mudança de bilhete ou qualquer consulta de atendimento ao cliente parece ser uma fraude bastante rentável. Os cibercriminais aproveitam os nervos ou as pressas dos utilizadores que procuram os telefones no Google para colocar números de telefone de tarifa premium nas primeiras posições.
Marta Peirano viveu em primeira mão esta má experiência quando quis mudar o seu bilhete de comboio: "Procurei no Google o número de telefone da Renfe para mudar o bilhete e liguei directamente ao que apareceu destacado. As pressas fizeram o resto", resume esta jovem a sua experiência.
Google mostra telefones falsos
O que fez foi ligar para o telefone de um dos sites que se colam nos primeiros resultados do Google com o objetivo de imitar instituições como a Renfe. Estas empresas pagam ao motor de busca para aparecer nas primeiras posições e, ainda que seja reconhecido que este tipo de páginas violam os seus sistemas, é complicado de as controlar.
No outro lado do telefone dizem-lhe que tem que ligar para o 11827 para que lhe ajudem. Peirano acede e atende-lhe uma pessoa que lhe pregunta para onde vai o seu avião. Efectivamente, esta cliente não estava a ligar para a Renfe, mas sim para uma agência externa que centraliza os pedidos e procura os telefones das empresas pelo módico preço de 3,02 euros o minuto da chamada. "O tipo disse-me que eram de uma agência externa, mas não me quis dizer como se chama a empresa. O que ele faz é garantir-me que me ligará ao número certo", narra Peirano.
Telefonemas de 11 euros o minuto
Na verdade, desviaram-na para o número 900.878.333, destinado a incidências e reclamações na Renfe. "Era um atendedor de chamadas. Já que estou, decido reclamar e escolho a opção 2 do menu. O atendedor de chamadas deixa-me pendurada", recorda. Foi logo a seguir quando Marta Peirano se apercebeu de que o número que lhe tinham dito que devia ligar, o 11827, era um número de telefone pago.
O Google pode mostrar estes telefones fraudulentos nos seus primeiros resultados. Além disso, sempre incluem um prefixo territorial sem custo extra que ajuda a que o utilizador confie em que o Google lhe está a mostrar um contacto oficial. Desse telefone, remete-se para um 118, no que se consume a fraude, pois a tarifa destes prefixos pode chegar aos 11 euros por minuto, segundo um relatório da Comissão Nacional dos Mercados e a Concorrência (CNMC).
Renfe alerta sobre estes números de telefone
Da Renfe são conscientes destas situações e, segundo explicam à Consumidor Global, "utilizamos as redes sociais para comunicar aos nossos clientes a existência de telefones falsos e assim evitar que caiam na armadilha". "Na Renfe nunca transferimos os clientes númeos de telefone pagos. Todos os nossos contactos de Atendimento ao Cliente são gratuitos", remarcam.
Fontes da companhia ferroviária confirmam que a personificação do seu atendimento ao cliente não é nova, mas que "ultimamente estão a concentrar-se nos pedidos de alteração de bilhete". Por último, aconselham consultar sempre todos os seus telefones no seu site oficial e ignorar o que possa aparecer nos primeiros resultados do Google.
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