0 comentários
Crazy Day Factory: assim é o novo outlet que vende produtos da Amazon a 1 euro
Esta peculiar loja localizada em Leganés (Madrid) muda os seus preços todos os dias sendo a quinta-feira o dia mais barato
A febre das lojas outlet chegou para ficar. Cada vez são mais as marcas e empresas que se lançam neste formato de venda com preços muito baixos para dar saída a excedentes e todo o tipo de produtos destinados a ficar num armazém. Tal como a Bimbo ou o Lidl contam com as suas próprias lojas de liquidação, a Crazy Day Factory chegou a Madrid para quebrar os preços com produtos da Amazon a 1 euro.
Ao contrário de outras lojas, o mecanismo da Crazy Day Factory baseia-se em mudar os preços todos os dias. Nas sextas-feiras renova-se o stock de toda a loja e fixa-se um preço de 15 euros para todos os artigos, no sábado baixa-se para 12 euros, no domingo para 10 euros, na segunda-feira 8 euros, na terça-feira a 5 euros, na quarta-feira a 3 euros e na quinta-feira a 1 euro.
Um preço diferente todos os dias
A Crazy Day Factory está localizada no número 28 da Calle del Trueno em Leganés e, ainda que nas quintas-feiras formam-se longas filas pelo "tudo a 1 euro", são as sextas-feiras os dias com mais afluência de pessoas desde primeira hora, ao ter todo o stock renovado. Muitos inclusive acampam na noite anterior para conseguir os melhores produtos.
Uma vez dentro pode-se encontrar uma infinidade de produtos como máquinas de massagens, drones, airfrayer ou frigideiras. Definitivamente, todo o tipo de artigos do lar, electrónica, de cozinha ou brinquedos. E, não é só que ninguém saia com as mãos vazias, mas que para ir à Crazy Day Factory recomenda-se levar um carrito para transportar tudo, pois os visitantes varrem a maior parte do que está nos balcões.
Mina de ouro ou aterro sanitário?
É importante ter em conta que a Crazy Day Factory não admite devoluções. Por isso, a loja conta com um espaço onde se pode testar os produtos e verificar se realmente funcionam.
As opiniões sobre este novo conceito de outlet são muito variadas. EEnquanto muitos o vêem como uma oportunidade única para encontrar verdadeiras pechinchas e produtos de qualidade a preços muito baixos, outros, como Ignacio de Santos, criticam-no como uma "lixeira" onde é "impossível" comprar qualquer coisa.
O sucesso das lojas outlet
Para compreender o modelo de outlet e como tem caido nos consumidores de hoje em dia há que ter em conta vários factores que têm contribuído para a sua popularidade. Segundo explica à Consumidor Global o perito em Comércio e professor de Publicidade na Universidade Européia Ximo Lizana, os outlets "são espaços que oferecem grande variedade de produtos de qualidade a preços reduzidos, incluindo produtos que foram descontinuados ou que estão fora de época".
Isso, somado à "experiência" e o ambiente de "caça de pechinchas" no quais os consumidores podem encontrar ofertas muito chamativas, converte estes lugares em espaços muito recorrentes. Por outro lado, diz Lizana, está o aproveitamento dos excedentes de inventário. Estas lojas com frequência vendem produtos que são excedentes de inventário das lojas standard ou produtos que não se venderam em temporadas anteriores. "Em vez de deixar que se acumulem no armazém, as lojas de outlet e liquidação vendem-os a preços reduzidos para libertar espaço e obter rendimentos", aponta.
Afeta a qualidade?
Sempre se disse que o barato sai caro, mas isso acontece nas lojas outlet? "A qualidade dos produtos deve ser a mesma que nas lojas standard, nalguns casos poderam ser reacondicionados como no caso dos smartphones e possuem as garantias que exige o CE para produto novo ou de segunda mão dependendo do caso", sublinha Lizana.
Por outro lado, o especialista aponta algumas teorias de neurociencia que falam de "necessidade de comprar objetos pequenos de baixo custo e valor para encher os vazios existenciais". Desta forma acha-se que as pessoas que não possuem recursos económicos suficientes para comprar uma boa casa ou um bom carro utilizam estes substitutos, dando lugar ao "dourado" dos que preferem vender pequeno e muito, antes que vender pouco e bom, conclui o professor.
Desbloquear para comentar