O director geral de Consum , Juan Luis Durich, tem advertido que a seca pode conduzir a uma escassez nas colheitas, "sobretudo na campanha de verão", e derivar numa subida dos preços em alimentos como a batata, o azeite ou o trigo. Durich acha que as colheitas podem ser muito inferiores e que é possível inclusive que tenha escassez de produtos de secano.
"É uma suposição" porque "há muitas incógnitas no ar" mas "pode passar", tem afirmado. Assim o indicou Durich durante a apresentação dos resultados de Consum do exercício 2022, ano no que a cooperativa obteve uns benefícios de 57,7 milhões de euros, um 15 % menos que no exercício anterior.
Produtos de fora de Espanha
O responsável pela cooperativa tem posto o exemplo das maçãs, que têm deixado de se produzir em invernaderos de Países Baixos porque já não resultam rentáveis. Este país está a comprá-las em outros mercados, pelo que sobe seu preço.
De facto, Durich tem explicado que "possivelmente se a seca continua e a pressão sobre o abastecimento dos preços não começa a normalizarse", Consum poderia ter que se abrir a procurar seus produtos "de outra forma ou de outras localizações". Não obstante, não é o desejo de Consum, que aposta por produto local, mas é algo que "pode ocorrer".
Redução da inflação
Pelo geral, acha que a inflação "irá reduzindo-se", ainda que "não quer dizer que não subam os preços" sina que "irá se situando em quotas mais normais". Em Consum, a subida de preços tem sido dentre um 3,5 e 5 %, enquanto em alguns casos concretos a subida de custos disparou-se ao 35 %.
Em qualquer caso, Durich tem negado que o sector da distribuição seja o que provoque uma subida de preços. Também tem defendido que as margens de benefício da distribuição se situam entre o 1-3 % e que o sector é "súper competitivo". "Em general, somos uma correia de transmissão. Nós não provocamos os preços para nada, é que não podemos", tem insistido.
Rejeição a topar preços
Com respeito à possibilidade de topar os preços dos alimentos, considera que é um "despropósito total" devido às margens do sector, ainda que tem opinado que sim se podem controlar os custos com subvenções aos produtores.
Por outra parte, o director geral de Consum tem explicado que o consumidor está "a traspassar parte de sua compra a um produto mais barato" ou de marca branca, o que supõe uma poupança. Também tem detectado que diminui o consumo de produtos frescos, ainda que segue sendo maioritário.