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Confusão de uma passageira com Ryanair: fica em terra com seus filhos por um mal entendido com o CC

A mulher afetada denuncia o mau tratamento que recebeu do pessoal da companhia aérea momentos antes do embarque e, mais tarde, quando se queixou no balcão da companhia aérea.

Ana Siles

Um dos aviões da Ryanair em pleno voo / EP

Que a Ryanair irrite algum cliente não é nenhuma novidade. Só há que ler algumas experiências dos utilizadores que circulam pela internet para comprovar disso.

Cadeiras de rodas que não embarcam, ensaimadas que cobram como um extra, o suplemento que obriga a pagar a companhia aérea se viajas com os teus filhos… Uma extensa lista de casos nos quais a Ryanair não se sai bem. Desta vez, o destaque vai para o tratamento dado a uma passageira pelo pessoal da companhia depois de ter sido deixado em terra. Porquê?

A origem do conflito

A má experiência de Imaculada com a Ryanair começa an noite anterior ao seu voo. O trajecto que tinha reservado junto com os seus dois filhos era Sevilha com destino a Bruxelas.

Uma rapariga com os cartões de embarque / FREEPIK

No momento de fazer o check-in pelo site para conseguir os cartões de embarque, esta passageira realiza o processo associando o seu CC ao dos menores. No entanto, no dia seguinte "chegamos à porta de embarque e não deixam embarcar as crianças", relata.

"Uma voz limpa"

Após que as hospedeiras de Ryanair impedissem o embarque dos dois menores, Imaculada assinala o péssimo tratamento recebido por parte do pessoal da companhia aérea.

"Dizem-nos 'saiam da frente que tenho que continuar'. Tento explicar-lhes que as criamças podem viajar com o CC dos seus pais associados aos seus bilhetes e a voz limpa me indica 'SAI DA FRENTE porque NÃO VÃO VIAJAR'. As crianças começaram a chorar porque ficaram assustadas", disse ela à Trustpilot.  

Passageiros no balcão de check-in da Ryanair no Aeroporto Adolfo Suárez Madrid- Baralhas / EP

Directa ao balcão principal de Ryanair

Finalmente, Imaculada e os seus filhos ficaram em terra pelo mal entendido com o CC. Alterada pela situação, a afectada dirige-se ao balcão principal da Ryanair onde volta a receber um tratamento "não digno" por parte do pessoal da companhia.

Um avião da Ryanair em plena descolagem / SOEREN STACHE - DPA

"Esta companhia defrauda-me duas vezes em menos de 24 horas. Primeiro, permitindo-me fazer um check-in de dois menores com o CC dos seus pais e não nos deixando subir ao avião por não ter CC próprio mas sim o ter associado. Segundo, que me atenda a tal Andrea esta que diz que não representa esta companhia levando por todos lados letreiros da Ryanair e estando por trás do balcão", limpa.

Os especialistas falam

Ainda que Imaculada queixe-se do tratamento recebido por parte das hospedeiras da Ryanair, a verdade é que a companhia aérea não tem culpa de que a passageira e os menores perdessem o voo. Laura Sierra, advogada da Legálitas, deixa claro a este meio que uma coisa é o processo de compra dos bilhetes e outra muito diferente o momento do embarque.

No primeiro caso, é da responsabilidade do comprador introduzir as informações que lhe dizem respeito. No momento do embarque, estes documentos podem variar, pelo que é sempre bom verificar o que é necessário antes de viajar. 

Podem viajar os menores com o CC dos seus pais?

Segundo o artigo 4.5 da resolução do 21 de janeiro de 2021 da Secretaria Geral de Transportes e Mobilidade, todos os maiores de 14 anos devem viajar com o CC no mínimo. Se o voo é nacional, a lei permite viajar com a documentação ainda que não esteja em vigor.

Uma família num aeroporto / FREEPICK

As crianças com menos de 14 anos de idade estão isentas do porte do seu próprio bilhete de identidade, desde que o voo seja doméstico. Se a viagem for para um destino na UE ou no espaço aéreo Schengen, devem ser portadores da documentação necessária. Neste caso, o voo tinha como destino Bruxelas. Por conseguinte, os menores não poderiam voar se Inmaculada não apresentasse um documento de identificação para cada um deles. 

A versão da Ryanair

Ana Rodríguez, directora de operações da Reclamador.es, explica a este meio que, como normal general, nos voos comunitários os menores devem dispor do CC. Ademais, "se aterram fora do espaço Schengen, têm que levar um passaporte próprio e segundo o país, inclusive um visto", conclui a perita.

Uma hospedeira com uniforme em pleno voo / PEXELS

A Consumidor Global pôs-se em contacto com a Ryanair para esclarecer a documentação que devem levar os menores que viajem com a companhia aérea. Por enquanto, não se pronuncia a respeito. Mas sim fica claro que a confusão de Imaculada não justifica um tratamento péssimo por parte das hospedeiras da companhia aérea. Uma situação pela qual Imaculada dificilmente voltará a confiar na Ryanair.