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Confusão de uma passageira com Ryanair: fica em terra com seus filhos por um mal entendido com o CC
A mulher afetada denuncia o mau tratamento que recebeu do pessoal da companhia aérea momentos antes do embarque e, mais tarde, quando se queixou no balcão da companhia aérea.
Que a Ryanair irrite algum cliente não é nenhuma novidade. Só há que ler algumas experiências dos utilizadores que circulam pela internet para comprovar disso.
Cadeiras de rodas que não embarcam, ensaimadas que cobram como um extra, o suplemento que obriga a pagar a companhia aérea se viajas com os teus filhos… Uma extensa lista de casos nos quais a Ryanair não se sai bem. Desta vez, o destaque vai para o tratamento dado a uma passageira pelo pessoal da companhia depois de ter sido deixado em terra. Porquê?
A origem do conflito
A má experiência de Imaculada com a Ryanair começa an noite anterior ao seu voo. O trajecto que tinha reservado junto com os seus dois filhos era Sevilha com destino a Bruxelas.
No momento de fazer o check-in pelo site para conseguir os cartões de embarque, esta passageira realiza o processo associando o seu CC ao dos menores. No entanto, no dia seguinte "chegamos à porta de embarque e não deixam embarcar as crianças", relata.
"Uma voz limpa"
Após que as hospedeiras de Ryanair impedissem o embarque dos dois menores, Imaculada assinala o péssimo tratamento recebido por parte do pessoal da companhia aérea.
"Dizem-nos 'saiam da frente que tenho que continuar'. Tento explicar-lhes que as criamças podem viajar com o CC dos seus pais associados aos seus bilhetes e a voz limpa me indica 'SAI DA FRENTE porque NÃO VÃO VIAJAR'. As crianças começaram a chorar porque ficaram assustadas", disse ela à Trustpilot.
Directa ao balcão principal de Ryanair
Finalmente, Imaculada e os seus filhos ficaram em terra pelo mal entendido com o CC. Alterada pela situação, a afectada dirige-se ao balcão principal da Ryanair onde volta a receber um tratamento "não digno" por parte do pessoal da companhia.
"Esta companhia defrauda-me duas vezes em menos de 24 horas. Primeiro, permitindo-me fazer um check-in de dois menores com o CC dos seus pais e não nos deixando subir ao avião por não ter CC próprio mas sim o ter associado. Segundo, que me atenda a tal Andrea esta que diz que não representa esta companhia levando por todos lados letreiros da Ryanair e estando por trás do balcão", limpa.
Os especialistas falam
Ainda que Imaculada queixe-se do tratamento recebido por parte das hospedeiras da Ryanair, a verdade é que a companhia aérea não tem culpa de que a passageira e os menores perdessem o voo. Laura Sierra, advogada da Legálitas, deixa claro a este meio que uma coisa é o processo de compra dos bilhetes e outra muito diferente o momento do embarque.
No primeiro caso, é da responsabilidade do comprador introduzir as informações que lhe dizem respeito. No momento do embarque, estes documentos podem variar, pelo que é sempre bom verificar o que é necessário antes de viajar.
Podem viajar os menores com o CC dos seus pais?
Segundo o artigo 4.5 da resolução do 21 de janeiro de 2021 da Secretaria Geral de Transportes e Mobilidade, todos os maiores de 14 anos devem viajar com o CC no mínimo. Se o voo é nacional, a lei permite viajar com a documentação ainda que não esteja em vigor.
As crianças com menos de 14 anos de idade estão isentas do porte do seu próprio bilhete de identidade, desde que o voo seja doméstico. Se a viagem for para um destino na UE ou no espaço aéreo Schengen, devem ser portadores da documentação necessária. Neste caso, o voo tinha como destino Bruxelas. Por conseguinte, os menores não poderiam voar se Inmaculada não apresentasse um documento de identificação para cada um deles.
A versão da Ryanair
Ana Rodríguez, directora de operações da Reclamador.es, explica a este meio que, como normal general, nos voos comunitários os menores devem dispor do CC. Ademais, "se aterram fora do espaço Schengen, têm que levar um passaporte próprio e segundo o país, inclusive um visto", conclui a perita.
A Consumidor Global pôs-se em contacto com a Ryanair para esclarecer a documentação que devem levar os menores que viajem com a companhia aérea. Por enquanto, não se pronuncia a respeito. Mas sim fica claro que a confusão de Imaculada não justifica um tratamento péssimo por parte das hospedeiras da companhia aérea. Uma situação pela qual Imaculada dificilmente voltará a confiar na Ryanair.
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