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Como poupar até 40% no aquecimento este inverno
Instalar aquecedores elétricos ou radiadores a gás natural é o mais barato, mas as bombas de calor estão a crescer devido ao baixo consumo
Decidir qual o sistema de aquecimento é o mais adequado para uma casa é uma dor de cabeça. As possibilidades oferecidas pelo mercado são muito variadas e o consumidor carece de conhecimentos técnicos para determinar qual delas se adapta melhor às suas circunstâncias. Além disso, o aumento do teletrabalho obrigou muitos espanhóis a passarem a maior parte do dia em casa, pelo que conseguir uma temperatura confortável em casa se torna, ainda, mais essencial.
Neste contexto, há uma crença arraigada de que as bombas de calor não são uma boa opção para aquecer a casa devido ao falso mito de que aumentam o consumo eléctrico e, portanto, representam um peso extra na carteira. Mas nada mais longe da realidade. Segundo os especialistas consultados pelo Consumidor Global, esta tecnologia está em crescimento e permite diminuir até 40% o preço da fatura em relação a outros sistemas mais comuns, como os fogões eléctricos e os radiadores a gás natural.
Calor no inverno e frio no verão
Embora suponham uma economia na fatura, a instalação das bombas de calor é muito mais cara. Segundo a Selectra, um site especializado na comparação de tarifas de luz e gás, um sistema de aquecimento elétrico adequado para uma moradia unifamiliar de 100 metros quadrados supõe uma despesa de 2.400 euros, um de gás natural sobe para 4.400 euros e para aquecimento pela energia aerotérmica, ou seja, com bombas de calor, o custo sobe para 12 mil euros. "O equipamento é caro, mas a amortização é rápida porque o consumo energético é muito menor", defende Pilar Budí, diretora geral da Associação de Fabricantes de Equipas de Climatización (AFEC).
Além disso, outra vantagem da energia aerotermia é que pode ser utilizada tanto para aquecer a casa no inverno como para arrefecê-la no verão, uma vez que utiliza a energia do ar para aclimatar as divisões em função das necessidades, segundo estudo do Instituto para a Diversificação e Poupança da Energia (IDAE).
Aquecimento elétrico vs gás natural
Apesar dos benefícios das bombas de calor aerotérmicas, a verdade é que a instalação deste tipo de sistemas não está ao alcance de todas as carteiras. Neste contexto, as duas alternativas principais existentes no mercado são o aquecimento elétrico e o gás natural.
A primeira opção requer muita energia para aquecer a casa, o qual faz aumentar a factura. Por isso, este sistema é considerado pelos especialistas como o menos eficiente dos já disponíveis no mercado. Por outro lado, o aquecimento a gás natural consome muito menos e seu custo é menor. No entanto, há que ter em conta que o gás natural não está disponível em toda Espanha, embora a sua penetração já seja generalizada.
Fatores para tomar uma boa decisão
A verdade é que não existe um sistema de aquecimento geral e óptimo que se adapte de forma perfeita a todas as realidades. Laura Cardeal, de Selectra, garante que para decidir entre um tipo de aquecimento ou outro devem-se ter em conta vários fatores, como o clima da região onde se reside ou a intensidade do uso.
Assim, por exemplo, se reside num lugar onde os invernos são mais amenos, como na costa mediterránea, a melhor opção podem ser uns bons radiadores elétricos. Embora consumam mais, como o uso será mais esporádico, a instalação do gás natural perde sentido porque vai demorar muito a amortizar esse investimento. Porém, Cardeal defende que esta última opção é a mais recomendável para zonas frias se o seu consumo --muito inferior ao do aquecimento elétrico-- e seu custo de instalação forem levados em consideração.
Multas até 10.000 euros
Além de tudo isso, há que ter em conta que antes de 2023 todas as comunidades de vizinhos que tenham aquecimento central deverão instalar contadores individuais. O objectivo do novo regulamento, aprovado pelo Governo em agosto de 2020, é obter eficiência por parte das famílias.
Deste modo, o Executivo prevê uma poupança média de energia de até 24% e a cada utilizador pagará em função do que consuma e não de forma comunitária, como se fazia até agora. Isso deu alguma permissão para, no inverno, andar em casa de manga curta. De facto, as multas para as comunidades de bairro que não cumpram este regulamento ascenderão a 10.000 euros.
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