A Recuperadora, uma marca de roupa e complementos de segunda mão que faz parte de Aerees (a Associação Espanha de Recuperadores de Economia Social e Solidária), se expande. As lojas de Riquirraque Emaús de Gijón (na avenida do Plano, 51) e de Avilés (na avenida Conde de Guadalhorce, 39), são os dois primeiros estabelecimentos em Astúrias que se aderem ao projecto.
Esta marca pretende dar uma resposta transparente e sustentável à gestão dos resíduos têxteis desenvolvida pelas diferentes entidades associadas a sua rede, que recolhem uma média anual de 21.000 toneladas de têxtil eliminado, 147 delas em Astúrias. Por sua vez, Riquirraque Emaús é uma entidade sem ânimo de lucro referente no âmbito da inserção sociolaboral, formação para colectivos em riscos de exclusão social e actividades ambientais.
A circularidad, chave para que a moda seja sustentável
Anualmente fabricam-se 100.000 milhões de prendas em todo mundo e ao redor de 92 milhões de toneladas têxteis abarrotan os desaguadouros, segundo um relatório da Global Fashion Agenda.
Em Astúrias, descartam-se a cada ano ao redor de 19.000 toneladas de roupa ao ano, com uma impressão ambiental elevada. Só o 14,8% destes resíduos têxteis se recolhem selectivamente para sua reutilização e reciclaje, e o resto acaba em desaguadouros ou plantas incineradoras. Por isso, a circularidad é chave na folha de rota de um sector que tem de repensar todos os elementos que intervêm na corrente e promover um uso racional dos recursos.
Compras de segunda mão
Segundo os dados que maneja Aerees, em torno do 20% da população já compra roupa de segunda mão. Esta opção está a crescer a um ritmo superior ao do mercado de moda tradicional (15%) e a abertura de estabelecimentos, tanto on-line como físicos, é imparable. Em 2023, o mercado cresceu um 33%, e supõe quase o 5% das vendas no sector da moda.
Neste contexto é o que surge A Recuperadora, que "trata de reunir numa imagem única que transmita transparente a actividade de recuperação têxtil que realizam as entidades associadas a nossa rede e que seja fácil de reconhecer para o consumidor".
Pioneiros em economia circular
Além de promover a circularidad, estas lojas de roupa de segunda mão, impulsionadas por entidades sociais, distinguem-se por sua contribuição à inserção sociolaboral de pessoas em risco de exclusão.
"As entidades que integram AERESS são pioneiras em economia circular desde uma perspectiva social, já que se estima que se podem chegar a gerar 78 postos de trabalho pela cada 6.000 toneladas de têxtil gerido e, ademais, conseguem rendimentos económicos para financiar seu projecto social. Por tanto, atingem um triplo impacto: são socialmente justas, ambientalmente respeitosas e economicamente sustentáveis", assinala Natalia Castelhanos, subdirectora de AERESS e coordenadora da Recuperadora.
Consolidação da iniciativa em 2024
O projecto inicia 2024 com vários estabelecimentos associados, os primeiros em Madri, Barcelona, Girona, Gijón e Avilés e Girona, e prevêem-se novas aberturas em outras cidades como Múrcia ou Palma de Mallorca.
"Estamos num momento finque para impulsionar como sociedade um consumo mais sustentável, reduzindo o consumo da conhecida como fast fashion e passar a adquirir prendas usadas às que dar uma nova oportunidade", assinala Natalia Castelhanos. Assim mesmo, destaca que já não só se comora de segunda mão por motivos relacionados com a ecologia e o preço, sina que entram em jogo mais factores.