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Para além do arroz três delícias: pratos baratos e originais para celebrar o Ano Novo Chinês
A gastronomia do gigante asiático é tão extensa como o seu país, e o consumidor médio espanhol cada vez se encanta por propostas mais sugestivas
A 1 de fevereiro de 2022 celebrou-se o Ano Novo Chinês, e para comemorá-lo, a Consumidor Global falou com alguns restaurantes chineses para conhecer as estrelas das suas cartas e alguns pratos originais e baratos para além do arroz três delícias.
Tal como sucede com a nata na receita da carbonara que foi aceite em Espanha, a versão original do arroz chinês não leva omelete nem ervilhas. Trata-se de uma invenção, uma adaptação ao gosto espanhol que prioriza a rapidez e a economia dos ingredientes, mas não tem nada a ver com a tradição chinesa.
O prato de Buda Feliz: arroz com magret de pato e pães especiais
O Buda Feliz está em Madrid desde 1974. No seu site orgulha-se de preparar "verdadeiras receitas de avó trazidas diretamente da Chna às quais se dá um toque mais pessoal". Além disso, especificam que "há que se esquecer do que um sabe ou espera de um restaurante chinês: nem arroz três delícias, nem crepes primavera". Declaração de intenções.
Um dos seus responsáveis conta à Consumidor Global que um de seus pratos mais vendidos é o frango com limão preparado no carvão (12,50 euros). Quanto ao arroz, explica que a modalidade que triunfa é o Ku Bak Chuiya, uma caçarola com magret de pato estaladiço, cebolinha, legumes e um toque picante (12,80 euros).
Para além do crepe primavera
Aparte destes best-sellers, no Buda Feliz também se pedem muitos crepes especiais. Os seus (por 7,90 euros) levam lombo de porco, cebolinha e macarão. Da mesma forma, sublinham a qualidade do seu lombo de vaca em cubos ao em molho de pimenta e "alho dourado".
No entanto, este prato está um degrau acima do resto quanto ao preço: pode-se degustar por 16,80 euros. Para terminar, da El Buda Feliz afirmam que o melhor do seu estabelecimento são "os funcionários".
O dim sum, 'bolinhos chineses' baratos e saborosos
Royal Cantonés é outro dos restaurantes mais populares da capital espanhola. Localiza-se desde há mais de 15 anos no Usera, o bairro espanhol com maior percentagem de população chinesa. Na carta deste restaurante há propostas surpreendentes: desde a salada de medusa (9,80 euros) até a sopa agripicante, um caldo económico com frango, tofu e legumes (6,50 euros).
Um dos seus encarregados conta a este meio que com as celebrações pelo Ano Novo Chinês tiveram "muita festa". Neste período, eles preparam "três ou quatro pratos mais especiais". Neste sentido, citam o peixe ao vapor ou os pés de porco estaladiços. Outra seção de sucesso é o dos Dim Sum, uns petiscos feitos com massa muito leve, mal um filme, que se recheia de carne ou legumes (não se devem confundir com as gyozas, que partem de um conceito semelhante, mas são fritas). Quatro peças de pato assado cantonés e cogumelos custam 5,90, enquanto seis de porco e cebolinho saem por 6,80 euros.
Shangai 1968, um pedaço da China na Rota
Em 1968, Espanha não tinha pizzerías, as hamburguerias eram uma aposta incerta e a comida chinesa era absolutamente exótica e desconhecida. Nesse ano abriu em Rota (onde as bases norte-americanas respiravam verdadeiro ar de modernidade) o restaurante Shangai, que pretende ser um dos mais antigos de Espanha.
Jesús, um dos atuais responsáveis, conta que foi fundado pelos pais da sua mulher, que se reformaram em 2000. Desde então, trabalha aqui. Entre as sugestões que faz à Consumidor Global está o seu frango com molho teriyaki (10 euros) ou o secreto de porco com molho yakinu (10 euros)
Mudança de mentalidade no consumidor espanhol
Jesús reconhece que na mente do consumidor espanhol já não está essa caricatura do restaurante chinês atirado de preço na qual os pratos se preparam em matéria de minutos. "Nós, sem ser os mais baratos, apostamos na qualidade do produto, e isso as pessoas valorizam-os", conta. Também não é um estabelecimento caro: a carne com cogumelos chineses e bambú custa 9 euros.
No entanto, reconhece que, ainda que os gostos evoluam, há clássicos que não passam de moda, como o crepe primavera (a sua versão, com ovo com curry, custa 3,50 euros). Entre os que não terminam de coagular, menciona as opções mais veggies, como aquelas nas quais se incorpo tofu. "Na cozinha chinesa há de tudo, e há que provar de tudo", conclui.
O hot pot, a alternativa à sopa
Outro prato que se está a destacar é o hot pot, um caldo ou uma sopa quente que se serve no centro da mesa e admite infinidade de ingredientes. Originaria da região de Suchan, em Valência pode-se provar no Shullun Hot Pot, um dos 50 melhores restaurantes da cidade segundo o TripAdvisor. Valeria, uma das responsáveis pelo estabelecimento, explica a este meio que a ideia é que os comensais cozinhem o seu próprio prato, não só escolhendo os ingredientes, mas também controlando o ponto de cozedura. Assim, a comida ou o jantar converte-se numa experiência individualizada.
Primeiro escolhe-se o tipo de caldo (picante ou não picante, incluindo cogumelos ou osso de porco), e a seguir os ingredientes. Entre os mais populares estão a carne de vaca e a massa de gambas. "Há muitas pessoas que se assustam com tantas opções, mas depois provam e lhes encanta", relata Valeria. Segundo ela, os preços variam em função do que se junte à sopa, mas na Shullun Hot Pot duas pessoas podem jantar "por 30 euros, com bebida incluída".
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