A Generalitat de Cataluña, através da Agència Catalã do Consum, declara a guerra às aerolíneas que cobrem pela mala de mão. A entidade tem anunciado que começará a impor sanções às empresas que imponham cargos extra por este motivo, uma prática estendida que alguns tribunais têm considerado abusiva, mas com a que as companhias obtêm jugosos benefícios.
Nos últimos meses, Consumidor Global fez-se eco das queixas de muitos viajantes que se viram obrigados a pagar pela bagagem de mão, um serviço que aerolíneas como Wizz Air cobram com total impunidade, mas camuflan baixo outros conceitos, como a prioridade no embarque.
Vulneración dos direitos dos consumidores
A agência catalã move ficha após que em agosto o ministério de Consumo abrisse expediente a várias aerolíneas low cost por este mesmo motivo. O organismo autonómico manterá a vigilância tanto de oficio como através das denúncias que possam pôr os afectados, já que considera que cobrar pela mala de mão vulnera os direitos dos consumidores. Consum alega que o regulamento espanhol de navegação aérea não permite cobrar pela bagagem de mão.
Em Bruxelas, o assunto também tem sido objeto de debate. A princípios de outubro, o Parlamento Europeu pediu "normas e preços coerentes para a bagagem de mão nos aviões" numa resolução não vinculante.
Ausência de regulamento
"A ausência de regulamento comum sobre a bagagem autorizada em cabine implica tarifas ocultas e dificulta a comparação dos preços ao comprar bilhetes de avião", expôs claramente o Parlamento num comunicado. Não obstante, isto não significa que as cobranças estejam proibidas, sina que a Comissão Européia deve tomar uma decisão ao respeito.
O Parlamento pedia à Comissão que aproveitasse a revisão da legislação vigente sobre serviços aéreos para garantir o cumprimento de uma sentença de 2014 do Tribunal de Justiça da UE, que opinou que as companhias não deveriam cobrar um suplemento por bagagem de mão, sempre que este cumpra "requisitos razoáveis em termos de peso e dimensões".