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Carrefour, a queda das vendas e a única beneficiada da inflação: a marca branca
A marca branca já acumula o 56% do volume de compra no grande consumo
Para os consumidores, 2023 será recordado como um ano de preços desbocados no supermercado. Para o 30% dos empresários do sector do grande consumo, a época em que seu volume de venda começou a decaer, ou isso auguran. E, para as marcas brancas, a hora da descolagem definitiva.
Ante este complexo palco, Carrefour planea aumentar o número de ofertas, promoções e descontos em 2024 para tentar paliar o descenso das vendas por causa da inflação.
Um negócio de volume
A Associação de Fabricantes e Revendedores Aecoc tem realizado uma sondagem entre empresas de distribuição e centrais de compra com uma quota de mercado de 90%, ao que tem tido acesso EFE, que conclui que num contexto marcado pela inflação a prioridade é recuperar o volume e a margem de negócio perdido nos últimos anos.
"O grande consumo é um negócio de volume, portanto é importantíssimo que se mantenha. Ao final, é um negócio de rotação", detalha a gerente da área comercial e de marketing de Aecoc Rosario Pedrosa.
Mais ofertas e descontos
Por isso, para recuperar o volume perdido, Pedrosa prevê que as empresas actuarão em consequência: "vamos ver um ano com mais actividade promocional", uma estratégia que já se viu muito acentuada neste exercício e na que têm entrado todos os revendedores.
A queda em volume, no entanto, não chega à linha da facturação devido ao contexto de inflação, ao menos, assim o prevêem o 96% dos revendedores e o 86% dos fabricantes, que esperam fechar no ano melhorando sua caixa.
A previsão para 2024
Da sondagem desprende-se um maior pesimismo no caso da indústria, pois só uma da cada cinco empresas consultadas estima que melhorará um 10% sua facturação neste ano, enquanto o 43% da distribuição acha que rebasará esta cifra psicológica.
A previsão para 2024 conduz a um termo: estancamento. E é que são muitos os que vaticinan que no ano próximo não avançará o negócio em volume nem em valor, num palco que o 13% define como de "máxima incerteza".
A marca branca
Depois de dois anos de preços desbocados no súper, a marca branca elevou-se como a grande beneficiada desta situação (além das promoções). De facto, no terceiro trimestre de 2023 fez-se com até o 56% do total de todo o volume de compra no grande consumo.
"Possivelmente no ano que vem sigamos vendo esse crescimento", acrescenta Pedrosa, sem se atrever a situar um "teto" para esta tendência que dependerá dessas incertezas, apontadas pelos empresários, sobre "os meios macroeconómicos".
Evolução de preços
Da análise também destaca que os produtos de marca branca se têm encarecido mais, um 18,3%, em frente às subidas dos produtos das assinaturas industriais, que tem sido de 10,7%.
Promoções e marca branca seguirão, deste modo, conformando no dia a dia na distribuição nos próximos meses, com preços ainda "muito tensionados", ou o que é o mesmo, com uma cesta da compra que seguirá encareciéndose, ainda que parece que algo menos, e pondo em apuros a muitas famílias.
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