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Caros e feios: os carros eléctricos que querem conquistar de 16 anos têm um tempo difícil
A Direcção Geral de Tráfico anuncia a nova permissão B1, mas no país são poucas as marcas automobilísticas que apostam na iniciativa
Quando se cumpre a idade de tirar a carta de condução, a frase "vamos ver se a pode obter agora e dar-me boleia" começa a ser repetida no meio. Hoje, essa idade são os 18 anos, no entanto, mais cedo do que tarde, os espanhóis poderão estudar e praticar para atingir o ansiada "L" desde os 16. Isso sim, os novos carros eléctricos para maiores de 16 anos são mais feios e caros, pelo que o têm um tempo difícil em Espanha.
O Ministério de Interior apresentou a estratégia da Direcção Geral de Tráfico (DGT) para o 2030 e, no seu plano de atuação bianual 2022-2023, anunciou a proposta de introduzir a nova carta de condução B1 –ensaiada com sucesso em vários países europeus–, que permite aos jovens, que até agora esperavam pela maioria de idade para poder conduzir, apostar por uma série de veículos eléctricos que atingem uma velocidade máxima de 90 km/h.
A nova carta de condução B1
Da DGT especificam à Consumidor Global sobre esta nova carta de condução que "ainda não há nada no papel" e que "é só uma ideia que o ministro Fernando Grande-Marlaska comunicou. Não sabemos quando será implementado", dissem. Do que se sabe até agora desprende-se que tratar-se-á de, quadriciclos pesados (categoria L7e) de até 15 kW de potência (20 CV), com um peso máximo de 400 quilos (550 quilos no caso de veículos para transporte de mercadorias) e uma relação peso-potência de 0,03 kW/g.
Uns carros eléctricos caros e feios para os jovens de 16 anos
Miguel do Brío tem 18 anos, mas desde pequeno é um apaixonado pelo mundo do motor. De facto, o seu impulso pelo setor levou-lhe a competir em rallies, sempre como copiloto, no seu tempo livre desde que tinha 13 anos. Ao perguntar-lhe se comprar-se-ia um carro destas características, o rapaz não duvida em dizer que, mais que pelo estilo "inovador" -como ele mesmo define- que não o de convence, o seu elevado preço é o principal obstáculo, assegura. Os carros eléctricos que a DGT permitirá conduzir a este grupo podem atingir os 12.000 euros.
"Os jovens preferirão adquirir inclusive antes uma scooter eléctrica, que custa entre 300 e 600 euros, que este tipo de veículo", destaca Toni Fuentes, director de Carro Global, um site sobre automóveis e mobilidade. "No Japão ou China, este tipo de cuatriciclos são um fenómeno, no entanto, em Espanha as pessoas não têm o hábito deste estilo e costuma resultar pouco atractivo", afirma.
Algumas marcas automóveis 'passam' nestes modelos
"Não é um mercado em massa, é um nicho, com umas idades concretas a ter em conta. Desses jovens maiores de 16 anos, terá que ver quantos têm interesse em conseguir este tipo de carro", acrescenta Fuentes. Por isso, poucas são as marcas de automóveis que decidiram apostar, por enquanto, neste modelo.
Da Seat informam à Consumidor Global que não dispõem de "carros que possam ser conduzidos por jovens maiores de 16 anos", como sucede com outras marcas. Por isso, os principais modelos que poder-se-iam acolher à nova permissão, quando esteja em vigor, são, principalmente, o Silence S04, o XEV Yoyo, e o Citroën AMI.
Disponibilidade e preços
A companhia catalã Silence aplaude a nova medida do Executivo. "É muito boa notícia e vem-nos muito bem. Eesto ajudar-nos-á com as vendas", assinalam. Mais especificamente, o seu modelo S04 poder-se-á comprar a partir de 7.500 euros, sem incluir as baterias removíveis que precisa para o seu funcionamento. No caso de contar com estes elementos, o preço já sobe até 12.000 euros.
Por sua vez, a Citroën conta com o AMI, por um preço que ronda os 9.500 euros. E o XEV Yoyo, da companhia italiana XEV, ronda os 11.000 euros. São poucos carros, por enquanto, e bastante caros, pelo que terá que ver como responde a procura quando a nova normativa esteja um pouco mais polida.
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