Hoje em dia milhares de pessoas não levam nem um cêntimo nas suas carteiras. Na verdade, muitos já nem sequer usam cartões de crédito ou de débito. A tecnologia deu asas a aplicações de pagamento como Bizum ou PayPal, que permitem ao consumidor fazer transações de uma forma mais rápida e simples. Neste sentido, parece que em Espanha a primeira alternativa é a preferida, pelo menos entre familiares e amigos. Tem ficado a segunda relegada ao comércio electrónico e o meio empresarial?
Conquanto o PayPal foi lançado no mercado no ano 2005, e não foi até 2016 quando chegou o Bizum, a verdade é que os dados revelados por ambas companhias demonstram como em Espanha a segunda está mais difundida. Enquanto em Espanha 6,2 milhões de pessoas utilizam a ferramenta americana, esta cifra eleva-se até os 19,5 milhões no caso da opção espanhola. A nível global, no entantgo, a multinacional tem 426 milhões de contas ativas.
Modelos diferentes
Bizum está integrada na conta bancária e para ser uilizador do PayPal há que registarse no site e carregar o saldo. O provedor espanhol permite fazer movimentos apenas com "conhecer o telemóvel da pessoa à qual se quer enviar dinheiro", declara Alicia Fernández Sarrión, do departamento de Desenvolvimento de Negócio. No entanto, no caso das empresas apresenta limites no valor que se pode enviar. Isto responde, afirma, a que levam menos tempo que o seu competidor a funcioanar no setor, dois anos e meio.
Da empresa norte-americana sublinham o seu impacto no e-commerce. Caroline Thelier, vice-presidenta dos mercados do sul de Europa para a multinacional, revela que no segundo trimestre de 2021 10% mais de PMEs utilizaram a sua solução e no quarto trimestre a ferramenta permitiu o comércio entre mais de 426 milhões de utilizadores e vendedores em mais de 200 mercados. "Fechámos recentemente alianças estratégicas com atores importantes como a Wallapop", anuncia.
A segurança de que PayPal ataque a fraude
Na hora de falar de segurança, Fernández destaca que na Bizum "todas as transações ficam registadas". Segundo afirma, a app une um número de telefone a um IBAN, que as entidades bancárias podem identificar em caso de suspeita. Thelier aponta diretamente aos movimentos entre consumidores e negócios. Neles diz, não se partilha a informação financeira dos primeiros aos vendedores, reduzindo a fraude.
Entre os profissionais do mundo digital, a maioria considera que o PayPal é mais seguro. Esta app, segundo Nicholas Salguero, diretor da fintech Arbor, "pesquisa se um utilizador é vítima de fraude e procura encontrar o responsável". Com a Bizum não se pode recuperar o dinheiro. "Se tem um problema, o sistema norte-americano garante ao consumidor que resolver-se-á", acrescenta Jordi Nebot, diretor da PaynoPain. Juan Merodio, especialista em Marketing Digital, prefere o software espanhol. "Ao trabalhar com os bancos, é respaldado pelos seus potentes sistemas de segurança ", diz.
A comodidade de Bizum engancha ao consumidor espanhol
Essa falta de integração é o que mais sente falta Merodio na ferramenta norte-americana. "O utilizador não a pode abrir dentro do seu banco e realizar um envio imediato", critica. Para este especialista está claro que, conquanto Bizum progrida a nível de negócio, está mais orientada às transações pessoais, onde tem ganhado terreno em Espanha. Salguero pensa do mesmo modo, que indica que se usa de forma mais recorrente.
"A Bizum é a mais usada em Espanha entre particulares. O PayPal ganha nos pagamentos on-line", manifesta Nebot. Para Antonio Ortega, consultor de marketing on-line e criador da Optimiza tu Funnel, é importante enfatizar que a app espanhola não é conhecida fora das suas fronteiras. Aqui, o especialista sugere que "os bancos têm feito muito finca-pé nela e a aproximam ao consumidor". Também aos pequenos comércios. Os grandes, devido aos limites para receber dinheiro que apresenta, preferem a opção estrangeira.