0 comentários
Azeites refinados: são inimigos ou aliados como alternativa ao AOVE?
Com os preços do azeite virgen extra disparados, os consumidores procuram opções mais económicas mas há certos aspectos a ter em conta para além de seu baixo custo
![aceite de oliva virgen aceite de oliva virgen](https://www.consumidorglobal.com/uploads/s1/28/00/98/aceite-de-oliva-virgen.webp)
Actualmente, comprar uma garrafa de cinco litros de azeite de oliva virgen extra (AOVE) é mais que um esforço económico. Em Carrefour, custa 12,92 euros o litro do ouro líquido da marca Carbonell. A garrafa de 5 litros, 64,59 euros.
Tendo em conta estes preços, muitos consumidores procuram alternativas mais económicas. É onde entram em jogo os azeites refinados. No entanto, nem todos são uma alternativa saudável ao AOVE, nem custam o mesmo. Há que distinguir entre três categorias: de oliva refinados, de orujo e de sementes.
Os preços
Em general, todos os azeites custam mais caros na actualidade. Mas o primeiro prêmio, neste sentido, é para o AOVE. O resto de categorias não têm sofrido escaladas de preços tão fortes. O azeite de oliva encontra-se ao redor dos sete euros, dependendo da marca.
![Un vaso de aceite de oliva virgen extra y unas aceitunas / FREEPIK Un vaso de aceite de oliva virgen extra y unas aceitunas / FREEPIK](/uploads/s1/22/32/84/aceite-de-oliva-virgen-extra.jpeg)
No caso do de orujo, o custo por litro encontra-se entre os 4,5 e os 5,5 euros, segundo assinala o director da Associação Nacional de Empresas de Azeite de Orujo (ANEO), Joaquín López. E os mais baratos são, sem lugar a dúvidas, os de semente. Ainda que, isso sim, não todo o vale com estes últimos. Sobretudo quando se trata de saúde.
O processo de refinación
São muitos os estigmas que há ao redor dos azeites refinados. Se são bons ou maus, é a grande pergunta que muitos se fazem. Mas o primeiro que há que ter muito claro é em que consiste o processo de refinación.
"É um processo tecnológico que se faz aos azeites de sementes que serve para eliminar impurezas do azeite e o fazer apto para o consumo humano", expõe a este meio Marina Diana, doutora em alimentação e nutrição na Universidade Ramon Llull-Blanquerna. "Em nenhum caso a refinación é um processo mau ou que degrade a qualidade do azeite", aclara.
![Frasco con aceite de oliva / PEXELS Frasco con aceite de oliva / PEXELS](/uploads/s1/11/81/91/frasco-aceite.jpeg)
Perda de propriedades nutricionais
No processo de refinación os azeites mais puros perdem propriedades nutricionais. Nuria Canas, nutricionista de bluaU de Sanitas, assim o sublinha a este meio. "Costumam-se perder antioxidantes, vitamina E e fitonutrientes", detalha. Três substâncias muito presentes nos vírgenes ou extra vírgenes.
Em termos de qualidade, esta experiente faz questão de que o azeite refinado geralmente tem um sabor e aroma mais neutros. "Mas não proporciona tantos benefícios nutricionais como os azeites menos processados", conclui.
As melhores alternativas ao AOVE
Está claro que o AOVE não tem competidor quando se trata de propriedades nutricionais. Partindo dessa base, sim que há uns azeites mais saudáveis que outros. Mariana Diana faz menção ao azeite de orujo e ao de oliva refinado. Argumenta que estes dois têm um perfil nutricional similar ao virgen extra.
![Varios tipos de aceitunas / PIXABAY Varios tipos de aceitunas / PIXABAY](/uploads/s1/12/95/94/aceitunas.jpeg)
"O único que têm os azeites de oliva é que são ricos em gorduras monoinsaturadas, em particular o ácido oleico. É a este ao que se lhe atribui a capacidade de diminuir o colesterol LDL e o risco cardiovascular, entre outros", sublinha a experiente. Nuria Canas substitui o de orujo pelo de girasol alto oleico. Esta nutricionista destaca o sabor neutro e o elevado ponto de fumaça.
As piores alternativas ao AOVE
Em lado oposto, encontram-se as piores alternativas ao AOVE. Neste sentido, realçam os azeites de sementes. Nuria Cana sublinha azeite-los vegetais parcialmente hidrogenados bem como os de palma e coco hidrogerandos.
No primeiro caso, explica que estão formados "por gorduras trans, sócias a maior risco de doenças cardiovasculares". Sobre os dois últimos, a nutricionista sustenta que é o processo de hidrogenación o que anula os benefícios que podem chegar a ter em sua versão virgen.
![Aceite de oliva, un alimento fundamental de la dieta mediterránea / PIXABAY Aceite de oliva, un alimento fundamental de la dieta mediterránea / PIXABAY](/uploads/s1/12/86/80/una-jarra-de-aceite-de-oliva-alimento-fundamental-de-la-dieta-mediterranea-pixabay.jpeg)
Inimigos ou aliados?
Não tudo é branco e negro quando se trata de azeites. Existem muitas cinzas e este é um claro exemplo. "O 99,2% do consumo mundial de azeite são refinados", aponta Marina Diana. "Não há motivo para pensar que são maus. É simplesmente uma diferença de proporção de ácidos grasos", limpa a experiente.
Em opinião de Nuria Canas, o AOVE sempre deveria ser a opção a eleger para aliñar ou cozinhar. Que o consumidor se decante por uma ou outra categoria é algo que depende do aplicativo culinaria e as preferências de sabor. Assim o sublinha a nutricionista. O que fica claro é que os azeites refinados podem ser (e o são) uma alternativa mais económica ao AOVE. No terreno da saúde, ao final tudo depende das prioridades do consumidor.
Desbloquear para comentar